Empossado Conselho dos Direitos da Mulher

Em cerimônia realizada no Salão Azul da Prefeitura, na sexta (20), o prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos, empossou o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – biênio 2007-2009. São 37 mulheres, 21 titulares e 16 suplentes, que representam div

Hélio ressaltou as ações que a prefeitura promove no interesse das mulheres, principalmente as que avançam no respeito e na garantia dos direitos da mulher. Ele destacou o micro-crédito de gênero, fornecido através do Banco da Mulher – que contribui na profissionalização feminina. Médico, o prefeito considera que é necessário avançar mais na questão de políticas públicas para a saúde.


 


 


Waldir Quadros, secretário municipal de Cidadania, Trabalho, Assistência e Inclusão Social considera que a participação da mulher é decisiva na sociedade contemporânea pois, em situações de dificuldades quem toma a frente são as mulheres. O secretário destaca dois exemplos de políticas públicas de gênero utilizadas no município: o trabalho voltado para a prevenção e combate à violência doméstica e a ênfase na geração de emprego e renda através do cooperativismo e do micro-crédito no Banco da Mulher.


 



Berenice Rosa Francisco, da Coordenadoria da Mulher, aponta uma dificuldade básica na luta emancipacionista. ''A gente vive num mundo com uma cultura patriarcal. As próprias mulheres, às vezes, não se percebem como detentoras de direitos. Em pleno século 21, elas não se consideram cidadãs'', afirma. Para mudar esse quadro, a coordenaria realiza oficinas – tanto na periferia quanto com entidades –  onde é explicado o que é gênero e quais são os direitos das mulheres, questões básicas para as mulheres. Uma recente conquista da coordenadoria é a adoção, pela Guarda Municipal, de um colete específico para mulheres, que chega em julho. A coordenadoria também trabalha com uma educação não-sexista, cumprindo o que foi definido pelo Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.


 


 


A coordenadoria não se furta à discussão de um tema polêmico: o aborto. Berenice afirma que tem feito discussões, no Conselho e com grupos de mulheres, a respeito do direito da mulher sobre o seu corpo. ''Por onde passa a questão do aborto? A mulher tem o direito sobre o seu corpo. Ainda hoje, muitas mulheres são proibidas pelos seus parceiros de usar qualquer tipo de contracepção. Elas engravidam e acabam morrendo por um aborto mal provocado ou um aborto caseiro. Nós temos levado uma discussão'', afirma.


 


 


A conselheira Conceição Geremias destaca a discriminação que a mulher sofre com relação ao salário e as dificuldades ainda enfrentadas no atendimento nas delegacias da mulher. ''Precisa melhorar o atendimento e incentivar a orientação. A união das mulheres e sua luta emancipatória pode mudar essa condição”, destaca. Cleodiran Sales Dias, representante da União Brasileira de Mulheres (UBM) no Conselho, afirma que o objetivo agora é ampliar as atividades da UBM e ajudar as mulheres para que participem nos movimentos, pois são espaços importantes para a luta. Ela destaca que na periferia aparece muito a questão da violência doméstica e que é grande a dificuldade para chegar aos órgãos responsáveis em busca de apoio. ''As mulheres se sentem muito desprotegidas. O conselho vai brigar pela melhoria das atividades desses órgãos'', afirma.


 



Eva da Silva, presidente da Associação de Mulheres do Jardim Aeronave, N.S. Aparecida e 28 de Fevereiro é um exemplo das questões que a mulher tem que enfrentar no dia-a-dia. Ela compareceu à posse do Conselho acompanhada de Crislaine, com 03 anos. A mãe da garota trabalha e não tem onde deixar a filha. A solução foi resolvida com o trabalho de Eva que, por estar na terceira idade, enfrenta o problema do desemprego. ''Justo quando a gente mais precisa, não acha emprego'', reclama.


 


 


O Conselho tem a responsabilidade de implementar as decisões da 3ª Conferência Municipal das Mulheres, que teve como eixos a discussão sobre a não-violência de gênero, a Mulher e a família no SUS (Sistema Único de Saúde) e no SUAS (Serviço Único de Assistência Social) e a articulação de políticas públicas para as Mulheres.


 


 


De Campinas,
Agildo Nogueira Jr.