Artigo: 1º de Maio, dia do trabalhador

Data magna da classe trabalhadora. Significado importante da luta de classe. Dia universal de luta contra a mais valia, contra a exploração dos trabalhadores. Momento de reflexão em todo o mundo sobre os rumos do movimento operário. Nos Estados Unidos ele

O dia 1° de Maio de 1886 ficou registrado na história com o massacre de Chicago, quando operários faziam uma greve nacional na defesa da jornada de trabalho de 8 horas, tendo como palavra de ordem: “8 horas de trabalho, 8 horas de sono, 8 horas de lazer”. Essa greve foi motivo violenta repressão policial, um banho de sangue e a prisão de centenas de trabalhadores que foram as ruas de Chicago lutar pelos seus direitos.



 A semente foi plantada e, em todo o mundo, o movimento da classe trabalhadora começou a se organiza na defesa dos seus direitos, inclusive surgindo uma imprensa operaria, instrumento fundamental na luta dos trabalhadores.



 No Brasil, já no final do Século 19, encontramos o inicio da organização operaria com as mesmas características da existente na Europa fruto da imigração européia que trouxe consigo trabalhadores ligados ao movimento anarquista que vai influenciar os primórdios da nossa organização sindical.



 Vamos encontrar na primeira metade do século 20 jornais operários com um trabalho excelente de informação tais como: Tribuna do Povo, de tendência anarquista, Pernambuco, 1912; Primeiro de Maio, de tendência socialista, Fortaleza, 1918; O Gráfico, Órgão Oficial da Associação Gráfica do Rio de Janeiro, 1915. Inclusive, no Gráfico N° 9 de 1° de Maio de 1924, trás um artigo de Euclides da Cunha sobre a exploração capitalista com o titulo “O homem e a máquina”; O Sindicalista, de tendência anarquista, Porto Alegra, 1919; A Nação, de tendência comunista, Rio de Janeiro. A Nação no dia 2 de maio de 1927 publicou a seguinte manchete “O comício da Praça Mauá foi a mais grandiosa demonstração proletária nesses últimos oito anos”, tendo como sub-manchete “10.000 operários e operárias vibraram pela frente única, pela unidade sindical, pela Rússia e a China proletárias, contra o fascismo, contra o perigo de novas guerras!”; A Plebe, São Paulo, 1949; e a Voz Operaria, órgão do Partido Comunista do Brasil que vai ter, durante muitos anos, uma presença muito importante como órgão informativo da classe trabalhadora do campo e da cidade.



 Aqui em Mossoró temos uma bela história de luta da classe operária, principalmente após a fundação do Partido Comunista do Brasil, esta luta tem como bandeira à jornada de 8 horas de trabalho, a mesma dos trabalhadores de Chicago em 1886. O sindicato do Garrancho e as lideranças de Jonas e Lauro Reginaldo, Chico Guilherme, Joel Paulista, Zé Moreira, Canário, Vivaldo Dantas, Lourival de Góis, tem um papel importante na organização dos operários na luta pelos seus direitos e por melhores condições de trabalho.



 Os trabalhadores com o advento do neoliberalismo e, os avanços da ciência e da tecnologia, vêm sofrendo um revés violento nas suas conquista históricas: jornada de 8 horas de trabalho, repouso semanal, aposentadoria por tempo de serviço, estabilidade, todas essas conquistas vem sofrendo uma grande pressão resultado do desemprego em massa fruto da substituição da mão-de-obra humana pela máquina, tanto na produção como nos serviços, com isto criando o que mais os capitalistas adoram um exército de desempregados. Por isso o dia 1° de Maio continua sendo um dia de luta da classe trabalhadora. É bom sempre lembrar que o dia 1º de maio é o Dia do Trabalhador e não o dia do trabalho.



Antonio Capistrano é do Partido Comunista desde 1960, ex-reitor da Universidade Estadual do RN, ex-deputado estadual; ex-vice-prefeito de Mossoró; Dirigente Estadual do PCdoB/RN.