Paulo Hartung(PMDB) intensifica ataques a Lula para justificar suas falhas no ES

Desde a reunião que teve com a bancada capixaba, na semana passada, o governador Paulo Hartung tem intensificado os ataques ao governo do presidente Lula. Por meio de discursos ou de emissários, ele tem criticado a falta de recursos federais.

Desde a reunião que teve com a bancada capixaba, na semana passada, o governador Paulo Hartung tem intensificado os ataques ao governo do presidente Lula. Por meio de discursos ou de emissários, ele tem criticado a falta de recursos federais, mas as áreas para as quais o governador pede mais recursos são de responsabilidade exclusivamente do Estado.


 


Na terça-feira (24), o governador se disse surpreso com o encolhimento das verbas para as obras do aeroporto de Vitória. Uma medida que não é do governo federal, mas do Tribunal de Contas da União. Hartung também quer que o governo federal invista em saúde, segurança pública e educação, o que é dever do Estado. Nessas áreas o governo do Estado tem enfrentado crises graves, não só por falta de investimentos, mas também de projetos.


 


Embora tente transferir para o governo federal a responsabilidade pela crise nessas áreas, o governo do Estado vem aplicando mais em publicidade do que em Segurança Pública, justamente a área mais crítica da gestão de Hartung. Quanto à Educação, que foi o carro chefe da campanha à reeleição do governador, o Estado tem aplicado apenas o mínimo exigido por lei, que é de 25% do seu orçamento. Na saúde, o Estado também não vai além do mínimo, que é de 12%.


 


Ainda nesta terça, o secretário de Saúde, Anselmo Tose, responsabilizou o governo federal pela crise no atendimento nos hospitais públicos do Estado. Mais tarde, na Assembléia, novas críticas ao governo federal foram feitas pela base aliada de Hartung.


 


Críticas que de pronto foram rebatidas pela deputada Aparecida Denadai. “Vamos parar com essa discussão. O presidente Lula é responsável pelo Brasil. E o governador Paulo Hartung pelo Espírito Santo”, definiu.


 


A reação de Hartung acontece na mesma semana em que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que disputou a presidência com Lula em 2002, veio ao Estado. Na eleição presidencial, Hartung não apoiou Lula. Muito menos deu apoio aberto a Geraldo Alckmin, embora muitos assegurem que ele votou no tucano. Seu vice, Ricardo Ferraço, foi coordenador da campanha tucana no Estado.


 


A deputada Iriny Lopes (PT), atendendo a um pedido de Hartung, conseguiu articular um encontro da bancada capixaba com o ministro da Justiça, Tarso Genro. Hartung solicitou aos deputados federais capixabas que intercedam junto ao governo em busca de recursos para o Estado.


 


O governador se viu obrigado a recorrer à bancada para ter acesso aos recursos federais, já que seu prestígio junto ao presidente Lula não é o mesmo do primeiro mandato. Depois de ter declarado neutralidade na eleição presidencial, o governador começou a ter um tratamento comum em Brasília, o mesmo dispensado aos demais governadores.


 


No primeiro mandato, Hartung era tido como um aliado do presidente e conseguiu com isso muitas facilidades de acesso a verbas. Exemplo disso foi a antecipação de mais de 20 anos de royalties do petróleo, que foram usados para o pagamento de dívidas do Estado.


Fonte www.seculodiario.com.br