PCdoB ES Balanço Estadual e Perspectivas para 2007 e 2008

Paulo Hartung(PMDB), governador do ES, compõe o seu núcleo com que há de mais conservador no Espírito Santo. O PSDB e PFL (DEM) são a base principal da sua administração. Todos os setores conservadores do estado estão sob o seu
controle. Seu líde

Avaliação Eleitoral


Em 2006, a Conferência Estadual estabeleceu unanimemente as seguintes metas:
a) Concentrar os esforços na construção de um palanque amplo para Lula no ES, buscando atrair o PMDB e o Governador Paulo Hartung(PMDB) e neutralizar o palanque tucano em nosso estado;
b) Buscar a eleição de um Senador de esquerda, motivado pelas dificuldades que Lula enfrenta no Senado Federal e a possibilidade de eleição do Dep. Federal Renato Casagrande, do PSB;
c) Eleitoralmente concentrar os esforços do partido, prioritariamente, para a eleição do Deputado Estadual,
camarada André Nardoto;
d) Buscar alcançar 2% votos no âmbito federal para ajudar o partido nacionalmente a superar a cláusula de barreira.


 


Reeleito presidente, Lula ganhou com ampla margem (52,97%) no 1º turno e no 2º turno (65,54%) em nosso estado do ES. Participamos e ajudamos a construir a coligação que elegeu o primeiro Senador de esquerda do Espírito Santo, e apoiamos a coligação que reelegeu Paulo Hartung, que apesar de neutro no 2º turno, apoiou Lula no 1º.


 


Podemos então considerar que as forças progressistas no Espírito Santo foram vitoriosas e o partido, não só ajudou a construir, como participou deste importante resultado, mesmo tendo o PSDB na vice de Paulo Hartung, que foi motivado principalmente pela recusa do PT em aceitar a vice e coligação com o PMDB. Obtivemos uma importante vitória política com a consolidação de um núcleo de esquerda que elegeu o senador Renato Casagrande e impediu no estado o palanque tucano.


 


E o resultado desta vitória política refletiu na eleição para
presidente da Câmara dos Deputados, que teve um apoio decidido do PSB e do Senador Capixaba Renato Casagrande(PSB) à candidatura do camarada Aldo Rebelo.


 


Não elegemos o nosso candidato a deputado estadual e não alcançamos os 2% de votos para deputado federal, que significa uma derrota eleitoral.


 


Com um grande esforço coletivo, realizamos em junho/2006 uma exitosa Conferência, acompanhada pelo CC. Mesmo assim nossas fragilidades se apresentaram durante a campanha. Membros da direção estadual e de alguns comitês municipais, destacando-se o Comitê da Capital, não cumpriram as democráticas decisões da conferência e apoiaram candidaturas de fora e a União da Juventude Socialista não contribuiu na principal batalha de 2006. Todas essas falhas já foram tratadas na reunião de dezembro/2006 e encaminhadas a Comissão Controle para que realize, dentro do estatuto e do espírito solidário da crítica e autocrítica a apuração dos fatos, oferecendo parecer à direção estadual. E por decisão do Comitê Estadual, a Comissão de Controle passa a ter o acompanhamento, com o poder de convocar reuniões, da Secretaria Estadual de Organização.


 


Fazendo um exame mais crítico, constatamos que nosso partido tem limitações, tem uma reduzida participação nas lutas do povo e suas organizações, o que reflete em ausência de lideranças populares no partido, e ainda somos muito espontâneos. Entre muitas causas destas fragilidades
destaca-se um longo período de lutas internas e um projeto político indefinido. 


 


  
Mas na atual conjuntura, a direção faz esforço e enfrenta os desafios na direção da superação. Temos desenvolvido a capacidade de enfrentar os problemas preservando o partido e sua unidade. Temos feito um esforço de uma maior capacitação da atual direção, que é, em sua maioria, inexperiente em dirigir partido. Exemplo disto foi à participação de oito membros da direção estadual (seis da CPE) no encontro anual dos professores da escola nacional
(janeiro/fevereiro de 2007). Participamos do curso nacional para dirigentes sindicais, do curso nacional para dirigentes dos movimentos sociais, Encontro nacional de juventude, etc. 


 


Hoje temos uma relação mais respeitosa dentro do partido, onde as opiniões, mesmo que divergentes, são respeitadas e ponderadas. Atingimos um nível maior de unidade.


 


Questão Estadual



O Espírito Santo é um estado em pleno desenvolvimento. Chama a atenção o fôlego do crescimento econômico Capixaba, que tem se mantido acima da média nacional há 15 anos. A expectativa do PIB para 2007, se confirmado, será um recorde histórico. O investimento privado previsto (na ordem dos R$ 10 bi) e o do estado (em torno dos R$ 1,5 bi) também será uma marca histórica.


 


Incrementada por grandes projetos e uma boa base produtiva, o tardio crescimento, a posição geográfica privilegiada e os investimentos em logísticas e infra-estrutura foram e são determinantes para estes resultados.


 


Mas o pilar desta pujança é a crescente produção do petróleo no ES, que passou de aproximadamente 600 mil barris/dia (dez/2005) para mais de 2 milhões barris/dia (dez/2006) e o preço que era de $ 25/barril em 2003 chegou a quase  $80,00/barril em 2006. Um fenômeno que impulsionou a economia de vários estados brasileiros e países do mundo.


 


Mesmo com todo esse volume de recursos registrado, ainda há graves problemas sociais. Confirmando a lógica capitalista de concentrar a riqueza produzida (produção coletiva, apropriação
privada).


 


A crise na segurança se mantém e os índices de violência são
nacionalmente conhecidos, se mantendo nas primeiras posições.


 


O nível de participação popular e de debate com segmentos organizados é inexistente.


 


A luta política no Espírito Santo tem se caracterizado pelo
hegemonismo e forte controle por parte do atual governador. Controla a Assembléia Legislativa, onde elegeu o seu candidato, o ex prefeito de Linhares município do ES, Deputado Guerino Zanon(PMDB). Conseguiu paralisar todas as ações na justiça contra o estado, diminuiu o poder de fogo dos sindicatos e não se relaciona com os movimentos sociais, e seu secretariado, apesar de amplo, são os nomes de sua escolha dentro dos partidos.


 


Paulo Hartung compõe o seu núcleo com que há de mais conservador no Espírito Santo. O PSDB e PFL (DEM) são a base principal da sua administração. Todos os setores conservadores do estado estão sob o seu controle. Seu líder na Assembléia é simplesmente o ex governador e ex
ministro da defesa Élcio Álvares do PFL (atual DEM).


 


Porém sua proximidade com Lula, que foi fundamental para a
recuperação do estado e a consolidação de sua imagem junto ao povo no primeiro mandato, foi a principal razão para que as forças política de esquerda se relacionassem positivamente com ele. E essa relação foi fundamental para que PH não ultrapassasse a fronteira e fizesse coro com a oposição, e até certas conquistas como a não privatização do BANESTES E
CESAN, dadas como certa no governo de José Ignácio.


 


É um governo complexo, que consegue ser amplo, com presença da esquerda e nucleada por forças conservadores.


 


O que nos preocupa atualmente é a recente guinada do governador Paulo Hartung, que tem acenado negativamente aos pedidos de ajuda do palácio do planalto, mostrando afastamento da base aliada.


 


O processo político em andamento está em pleno desenvolvimento. As forças estão se preparando para as eleições de 2008, e a partir daí um novo cenário de alianças pode se configurar.


 


Apoiamos sua reeleição, mas nos colocamos com independência em relação ao seu governo. Apoiamos as lutas dos servidores da saúde, educação e segurança. Participaremos da luta, através dos movimentos sociais, para
pressionar o governo a criar melhores condições de vida para o nosso povo, principalmente nas questões mais problemáticas, como segurança, saúde e educação, e não perdermos de vista a luta política nacional.


 


É preciso lembrar que nas eleições de 2004, Paulo Hartung tinha herdado um estado em situação muito difícil e ainda não completava 2 anos de governo, conseguindo influenciar pouco nas eleições, lhe obrigando a fazer novas alianças. Mas em 2008, PH terá nas mãos um estado forte. Será capaz de
influenciar pesadamente nas alianças e nos resultados.


 



Projeto Partidário


 


Na conjuntura atual, há espaços para que as forças democráticas e progressistas cresçam. Particularmente em nosso estado, com a dilatação da riqueza local e um certo vazio político no movimento social, o nosso partido, pela sua característica, tem grandes perspectivas, pode se transformar em alternativa.


 


Mas é preciso “ousar” e dar mais visibilidade ao partido, atacar nossas fragilidades. Ampliar e crescer o partido não pode ficar apenas no discurso. Temos que “abrir as portas”, trazer novas lideranças interessadas em defender nosso projeto. As eleições municipais vindouras não podem estar a serviço de projetos pessoais ou fortalecimento de uma ou outra liderança. Precisamos pensar mais em nosso projeto, partidário, coletivo, apontando saídas e perseguindo- as, objetivando crescer nossa organização, obtendo vitórias eleitorais mais consolidadas.


 


A elaboração, discussão e aplicação de um projeto político e eleitoral requer direções mais preparadas e consolidadas.


 


Para 2008, na Grande Vitória, o partido deve buscar atrair novas lideranças e trabalhar com a perspectiva de lançarmos chapas amplas com o objetivo de darmos mais visibilidade a nossa legenda, disputarmos efetivamente com condições de vitória e projetarmos novos lideres.


 


Mas as próximas eleições podem servir para divulgar o partido e suas idéias e sensibilizar grande parte do eleitorado no debate político. O partido deve examinar município a município e estudar a possibilidade de chapas completas e disputas majoritárias. E essa tarefa deve ser perseguida, pois na atualidade não dispomos de quadros suficientes.


 


Os objetivos a perseguir em 2007/2008 seriam um partido com uma direção mais qualificada, através de cursos periódicos, seminários, palestras, debates. Um partido mais forte, buscando uma maior inserção no movimento social, atraindo lideranças e fazendo massivas filiações. Um partido mais visível, buscando a divulgação mais ostensiva das nossas idéias e a atração de maior contingente do eleitorado a partir do nosso projeto político.


 


Fortalecer nossa ação nos movimentos sociais, principalmente com a CSC, UJS, UBM, UNEGRO e participando mais da CMS.


 


Em razão das nossas limitações passaremos a atuar prioritariamente (não exclusivamente) em Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra, São Mateus, Colatina, São Gabriel da Palha, Conceição da Barra, Ecoporanga e Cachoeiro de Itapemirim.


 


Teríamos então as seguintes fases do Partido em 2007:



Abril a Setembro : Realização de atividades internas que reforcem a qualificação da direção do Partido, que devem continuar como atividade permanente;



  • Realização da Plenária Estadual da 1° Conferência Nacional Sobre Questão da Mulher;

  • Realizar conversas políticas com vistas a discutir o bloco de esquerda (PCdoB, PSB e PDT) formado em razão das eleições para presidente da Câmara dos Deputados e definição de ações conjuntas, além de discutir a realidade do estado;

  • Acompanhamento periódico dos Comitês Municipais, centrado na construção do plano eleitoral e focado nos objetivos e tática descrita neste documento;

  • Realizar encontro de jovens comunistas para discutir a questão da União da Juventude Socialista em nosso estado;

  • Realizar nova Plenária de Militantes, para discutir mais claramente nosso projeto, expressar nossa política de uma maior fisionomia própria, dar como tarefa novas filiações e oportunizar a militância em opinar;

  • Realizar Curso de Organização em nosso estado conjunto com CNO;

  • Realização de Encontro da Corrente e Curso na área Sindical;

  • Elaboração coletiva e Aprovação do PEP 6;

  • Seminário amplo sobre a Realidade Econômica, Política e Social do Espírito Santo e tendo uma comissão responsável: André Nardoto, Beto Fioroti e Roselene de Souza;

  • Campanha de filiação e inserção no movimento social, buscando crescer e reforçar o partido, com um plano detalhado com metas e responsáveis, pensando nas eleições de 2008;

  • Realização das Conferências em todo Brasil, onde as filiações devem ser mais reforçadas e o debate mais intensificado e aprovação dos projetos eleitorais;

 


 


Outubro/Novembro – Balanço e início das conversações eleitorais. 


 


OBS: Redação Final dada na reunião da CPE de 16 de abril de 2007.


 


18 de março de 2007.


Partido Comunista do Brasil


Comitê Estadual – Estado do Espírito Santo