Itamaraty quer que ricos contribuam para conter aquecimento global

O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) defendeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que as responsabilidades na redução do aquecimento global sejam distribuídas entre as nações de acordo com o nível individual de emissão de gases do efeito

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira (4), na Tailândia, a terceira parte do 4º Relatório de Avaliação. O uso eficiente da energia nos vários setores da economia e o combate ao desmatamento foram destacados como as duas principais formas de limitar os efeitos do aquecimento global.



O relatório fala das medidas pontuais que já são adotadas por alguns países em desenvolvimento. Entretanto, considera-as insuficientes frente ao dano causado pelos grandes emissores de gases do efeito estufa.



Segundo o Itamaraty, o Brasil já realiza ações que buscam diminuir a emissão de gases do efeito estufa. Alguns exemplos são o uso do etanol como combustível e os esforços para reduzir o desmatamento da Amazônia. De acordo com o órgão, nos últimos dois anos, a taxa de desmatamento da floresta caiu 52%.



O Ministério das Relações Exteriores também destacou que o Brasil busca realizar ações de cooperação internacional para alterar a matriz energética do mundo. O objetivo é diminuir o uso de combustíveis fósseis e utilizar em maior escala fontes mais limpas e renováveis de energia.



“Os países em desenvolvimento vêm fazendo um esforço voluntário para reduzir as emissões, e as ações que Brasil, Índia e China vêm fazendo equivalem à quase totalidade do programa voluntário norte-americano e à 40% das ações da União Européia”, disse o Itamaraty.



Para o governo brasileiro, as negociações sobre a diminuição de emissões devem ser patuadas pela eqüidade, transparência, previsibilidae e definição de critérios claros para o funcionamento dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), uma das ferramentas que regulam a emissão de gases.