Tática afirmativa leva crescimento ao PCdoB de Ribeirão Preto

Reuniões populares, encontros políticos e mais de duas centenas de novas filiados têm refletido, nos últimos dias, a aplicação da nova tática política, ousada e afirmativa, do PCdoB em Ribeirão Preto. A nova postura teve o mérito de sinalizar para um n

O principal nome do PCdoB para a disputa é do historiador, professor e ex-vereador Lages. Para caracterizar o clima de mudança e de um novo tempo para a cidade, Lages tem participado de uma intensa agenda de contatos. O partido busca mapear com clareza, as dificuldades que Ribeirão Preto passa,  expressando a possibilidade da afirmação de um novo tipo de governo, popular e democrático. Quem conhece um pouco da história da cidade, sabe aquilatar a importância do fato do PCdoB construir e consolidar a candidatura própria do professor Lages.


 


A opinião pública impôs aos políticos de Ribeirão Preto novas exigências, repelindo práticas antes aceitáveis, quando não valorizadas, como a de dizer uma coisa e fazer exatamente outra. O resultado das últimas eleições mostraram que nomes de destaque da esquerda na cidade – alguns de dimensão nacional – não souberam captar o sentido e o alcance dessa mudança e estão, cada vez mais, ameaçadas de declínio.


 


Em encontro na Câmara Municipal com vários pré-candidatos e simpatizantes do projeto eleitoral do PCdoB, Lages afirmou que a ascensão das forças populares e de esquerda no cenário eleitoral depende não da retórica, não da vontade de um candidato, mas da efetiva discussão das grandes pendências da cidade e do país. Acha, por exemplo, que pouco se avançará sem que se consolide o processo de crescimento da economia. Pouco antes, Lages havia participado de um encontro com cerca de trinta e cinco lideranças do movimento comunitário, no Jardim Heitor Rigon.


 


As forças políticas que dirigem e dirigiram Ribeirão Preto nos últimos anos não demonstraram  vontade e capacidade operacional exigida para o desafio de colocar Ribeirão Preto no rumo certo: do crescimento com justiça social. Não há demérito individual nisso. O que há são grupos cuja soma de conhecimentos, interesses e experiências é insuficiente para a missão a que as demandas do quarto município mais populoso do interior de São Paulo exigem.


 


O atual prefeito tucano, Welson Gasparini, candidato a reeleição, espécie de totem da elite que governa a cidade há décadas, é visto pela maioria das força políticas com respeitosa reserva e descrença. Representa uma tendência em baixa. Tem os valores ligados à defesa do conceito Ribeirão-Califórnia Brasileira. Entre estes conceitos está arraigada a prática política que impede o desenvolvimento econômico da cidade. Muito antes da era Fernando Henrique, os tucanos de Ribeirão Preto já haviam se rendido a conceitos neoliberais. Acham, por exemplo, que é preciso reduzir as leis que impedem a internacionalização da produção de álcool e biodiesel, eliminar qualquer barreira para atrair capital externo disposto a “investir” na região.


 


A celeuma em torno da indicação da deputada Darcy Vera (DEM) para disputa do próximo ano como candidata a prefeita demonstra a vulnerabilidade dos grupos que praticam o jogo de poder que permeia a política na cidade. Abateu-se no mundo político de que se trata de uma peça estranhamente vazia. Darcy, diante da falta de generosidade oficial dos governos que sempre apoiou, criou a possibilidade de desenvolver um mirabolante plano de realizações que vão da distribuição diária de sopa, corte de cabelo e casamentos coletivos. Como vereadora, Darcy Vera além de não apresentar um único projeto ou ação para gerar emprego ou renda, só conseguiu criar a possibilidade de emprego para si própria; no caso a eleição para deputada.


 


Ribeirão, ao longo de anos, foi vítima de vários crimes administrativos e políticos. A área social foi abandonada à “misericórdia” da hoje virtual-candidata “democrata”. No rastro do que a ex-vereadora do PFL considera do Movimento do Bem, marcharam todas as forças do atraso e do mal. Surpreendente desinformação ou ingenuidade política, consideram esse movimento como algo samaritano e isolado. Desinformação porque o que está em jogo não é a capacidade individual de ajuda ao próximo de uma pessoa e sim uma ação calculada e bem orquestrada de grupos atrasados para evitar aquilo que consideram um desastre: o colapso social da cidade. Ingenuidade política porque bem mais da metade desses problemas que causam tanta miséria em Ribeirão Preto passa direta ou indiretamente pela mobilidade social, pelo fim de governos que governam para os mesmos grupos de empresas e famílias.


 


''Nossa vocação – diz Lages- é indiscutivelmente crescer, se desenvolver, atrair empresas, emprego e renda. Agradeço, honrado, a oportunidade de trazer ao povo da nossa cidade a palavra de um partido de 85 anos de história, que renova a cada momento seu compromisso com a democracia e com o desenvolvimento, abrindo-se, de forma ousada, para um diálogo intenso com amplos setores da sociedade. Vejo, acompanho e patrocino, com muita alegria, a filiação ao nosso partido de geólogos, lideranças religiosas, sindicalistas de expressão, publicitários, médicos, jornalistas, operários, atores, radialistas, jovens, mulheres, empresários, esportistas. O ambiente não podia ser mais estimulante para o lançamento de uma candidatura própria do PCdoB. Entre os filiados que demonstram o desejo de compor nossa chapa própria de vereadores vejo prosperar o diálogo e a cooperação, valores indispensáveis para enfrentarmos, com vigor, os desafios e alcançarmos a vitória.”


 


 


De Ribeirão Preto,
Djalma Batigalhia