Chávez filia-se ao Psuv e pressiona partidos “que ainda vacilam”

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, filiou-se neste sábado como aspirante ao futuro Psuv (Partido Socialista Unido da Venezuela), em um centro de registro do bairro 23 de Enero, em Caracas. Embora deixando as portas abertas para as forças de esquerda

“Somos todos aspirtantes aqui, sem galões. Sou um aspirante a militante de um partido que ainda não existe, que está em processo de parto, e é preciso colocar isto corretamente: está nascendo um novo partido, e ele tem que ser novo em todos os sentidos”, disse Chávez numa coletiva de imprensa no mesmo local em que se filiou.



“Estamos começando um novo período, em que temos que deixar para trás o modelo dos velhos partidos, não só na Venezuela mas no mundo. O autoritarismo, o personalismo, tudo isso tem que ficar para trás”, afirmou também. Ele chegou ao bairro em seu fusca vermelho, acompanhado pelos filhos e pelo prefeito do Município Libertador, Freddy Bernal.



Base principal vem do MVR



O projeto do Psuv foi concebido em 2006, como partido único de apoio ao governo Chávez e seu projeto revolucionário bolivariano, reunindo mais de 20 forças da base governista. Chávez lançou a idéia do partido único sob o impulso dos mais de 60% de votos que reelegeram o presidente, em 3 de dezembro.



O Psuv contou desde o início com o apoio do MVR (Movimento Quinta República), fundado pelo próprio Chávez e principal sustentáculo partidário de seu governo, grande porém heterogêneo e dependente da figura de seu líder. No entanto, três partidos da base governista resistiram à idéia de se extinguir para compor a nova legenda.



São eles o PCV (Partido Comunista da Venezuela); o PPT (Pátria Para Todos); e o mais moderado Podemos. Nas eleições de dezembro os três contribuiram com 1,7 milhão, do total de 7,3 milhões de votos na reeleição de Chávez. O Podemos entrou com 745 mil votos, o PPT com 584 mil e o PCV com 340 mil.



O grosso da votação de Chávez veio do MVR: 4,748 milhões de votos. As outras forças chavistas, somadas, reuniram menos de 900 mil votos.



No ato de filiação, o presidente se dirigiu aos partidos de esquerda “que ainda vascilam em dar o passo da unidade”. “Não posso impor a eles que se somem ao projeto unitário. Mas se quizerem continuar apoiando o governo, devemos nos sentar (para analizar a proposta), porque aqui não se trata de apoios declaratórios”, afirmou.



Da redação, com agências