Livro mostra como Posada Carriles planejava matar Fidel

A jornalista cubana Ivon Deulofeu apresentou nesta sexta-feira (4) seu livro “Paraninfo: Um magnicídio frustrado”, sobre o suposto plano do anticastrista Luis Posada Carriles de cometer um atentado contra o presidente cubano, Fidel Castro, no Panamá.

O livro, de 242 páginas, segundo Deulofeu mostra como foi planejado o atentado que seria cometido durante a Cúpula Ibero-Americana realizada na capital panamenha em novembro de 2000.


 


Ela apresentou a sua obra na Universidade do Panamá, que, de acordo com a sua investigação, seria o local do ataque.


 


Deulofeu, que trabalha para a rádio e a televisão cubana, cobriu todo o julgamento no Panamá no qual Posada Carriles e outros três anticastristas foram condenados pela tentativa de atentado.


 



O livro, em grande parte, analisa o processo judicial. “Havia tantos depoimentos e evidências que me parecia incrível que tudo isto se perdesse. Escrevi sem alarde, sem que ninguém soubesse”, contou a autora. A inicitiva veio logo depois de Castro denunciar o plano do atentado na Cúpula Ibero-Americana, em 17 de novembro de 2000.


 


O livro, segundo a jornalista, “faz justiça a todas as vítimas dos atentados de Posada Carriles contra a revolução cubana” e é “uma denúncia de como esse terrorista escapa da condenação nos tribunais dos Estados Unidos”.


 



Posada Carriles fugiu em 1985 de uma prisão da Venezuela, país onde foi acusado da autoria do atentado de outubro de 1976, que destruiu o vôo 455 da Cubana de Aviación e causou a morte de seus 73 ocupantes.


 



No Panamá, em 25 de agosto de 2004, a então presidente Mireya Moscoso indultou os cubanos anticastristas Luis Posada Carriles, Guillermo Novo, Pedro Remón e Gaspar Jiménez. Os quatro, acusados de supostamente planejar um atentado contra Castro durante a Cúpula Ibero-Americana, foram condenados por acusações menores.


 



Em março de 2005, Posada Carriles reapareceu nos Estados Unidos, onde foi detido, acusado de entrada ilegal no país. Ele se encontra atualmente em liberdade condicional e começará a ser julgado dia 11 de maio por violação das leis migratórias americanas.


 


Crime de Barbados


 


Também nesta semana, foram tornados públicos pelo Arquivo de Segurança Nacional da Universidade George Washington documentos com evidências irrefutáveis da responsabilidade de Luis Posada Carriles, hoje livre em Miami, no atentado a um avião da Cubana de Aviação que custou a vida de 73 pessoas.


 


Entre os documentos que podem ser consultados na página da Web desse centro, se encontram as declarações manuscritas de Freddy Lugo e Hernán Ricardo, autores materiais do atentado, em que se incriminam mutuamente por fazerem explodir o avião com uma bomba C-4, e identificam Posada Carriles e Orlando Bosh como os chefes da operação terrorista.


 


Também está o organograma da Coordenadora de Organizações Revolucionárias Unidas (CORU), grupo terrorista que se atribuiu o atentado e que, segundo confirmou Ricardo, estava ligado à CIA. Inclusive se pode observar um plano da bomba de plástico utilizada na sabotagem, que possuía um detonador estilo lápis.


 


O Arquivo de Segurança Nacional também revelou um relatório de inteligência encontrado entre os papéis pessoais de Luis Posada Carriles, onde se demonstra que ele não só organizou a sabotagem de Barbados, mas também outras realizadas contra instalações cubanas no Panamá, em Trinidad e Tobago e na Colômbia, meses antes da explosão do CU-445.


 


Estes documentos proporcionam o verdadeiro momento histórico para o processo legal de Posada, opinou Peter Kombluh, encarregado da documentação sobre Cuba no Arquivo, embora, na praxe, a administração Bush pretende outorgar impunidade ao terrorista.



Da redação,
com agências