PPS inicia discussão sobre ''o que é ser de esquerda hoje''

O PPS inicia na próxima terça-feira (8/5) uma série de seminários visando preparar a ''Conferência Caio Prado Júnior'', marcada para agosto, em Brasília. Aliado ao PSDB e ao DEM na oposição ao governo Lula, e om sua bancada federal reduzida este ano de 22

A Conferência se apresenta como ''evento pluripartidário aberto a toda a sociedade'', '' independente da filiação partidária''.  Os nomes elencados, porém, inclinam-se para a lógica da oposição ao governo federal; há entre eles poucos alinhados com a base governista, como a  deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP).



O PPS inicia sua reflexão sobre  ''o que é ser de esquerda hoje'' em uma circunstância difícil. Dos 22 deputados federais que elegeu em 2006, oito se desfiliaram este ano, para aderirem a partidos de centro da base do governo (quatro ao PR, ex-PL, e três ao PMDB). O partido recorreu à Justiça na esperança de recuperar esses mandatos. Também deixou de possuir bancada no Senado (embora Freire, seu presidente, seja suplente do senador Jarbas Vasconcelos, oposicionista do PMDB).



Os indicativos sobre o rumo da Conferência, porém, não indicam mudança de rumos. Roberto Freire, ouvido pela Agência Carta Maior, achou ''difícil'' o comparecimento de quadros do DEM ao evento, mas fez fortes elogios ao PSDB: “É uma esquerda bem mais contemporânea do mundo moderno. Eles têm inclusive mais contribuição a dar para projetos de futuro para o país do que muitos outros setores de esquerda”, avaliou.



O nome da Conferência homenageia o centenário de nascimento do historiador marxista Caio Prado Júnior (1907-1990),  que entre 1931 e os anos 50 militou no Partido Comunista do Brasil, do qual o PPS se origina (tendo mudado o nome, em 1961, para PC Brasileiro, e em 1993 para a denominação atual).



A relação da legenda de Freire com esta herança histórica tem sido ambígua. Em geral, mantém sintonia com os ex-comunistas italianos, que este mês deram mais um passo para se distanciar de sua origem, ao extinguirem o PDS (sigla em italiana de Partido Democrtático de Esquerda) para se fundirem com os ex-democratas cristãos, no PD (Partido Democrático). O rompimento de 1993 também acompanhou uma mudança dos italianos, que deverão se fazer representar nos debates em Brasília.



Da redação, com agências