Condenação no México expressa revanche conservadora

A condenação de líderes da Frente dos Povos em Defesa da Terra (FPDT) foi vista em Cidade do México como uma revanche do Estado contra os movimentos sociais. Ignacio del Valle e seus companheiros receberam 67 anos de prisão. A presidente da Comissão de Di

Rosario disse que a decisão criminaliza as lutas sociais e “atenta contra a capacidade de raciocínio da sociedade”. Previu em conseqüência um aumento da mobilização pela libertação dos líderes da FPDT.



Mensagem de vingança



Luis Arturo Macías, diretor do Centro de Direitos Humanos Pró-Juárez, mostrou preocupação por a sentença ter sido decidida exatamente no primeiro aniversário do episódio repressivo de San Salvador de Atenco. Para ele, foi uma mensagem de revanche do governo.



Macías sustenta que, embora as autoridades tentem demonstrar o contrário, a prisão, processo e condenação dos líderes da FPDT têm fins mais políticos que judiciais. “Detiveram-nos pelo papel desempenhado dentro do movimento”, disse.



Levante defendia terras camponesas



Del Valle, Héctor Galindo e Felipe Alvarez encabeçaram em 2006 um movimento de resistência nas localidades de Texcoco e Atenco. Opinham-se à desapropriação de terras camponesas para a construção de um aeroporto internacional.



A repressão policial foi violenta, deixando um saldo de vários mortos, dezenas de feridos e mais de uma centena de presos. Um juiz da cidade de Toluca, vizinha da capital mexicana, avaliou que a pena imposta aos líderes do movimento não se relaciona com esses atos e sim com a captura de funcionários governamentais, ocorrida meses antes.