Sarkozy vence, Ségolène Royal admite, a França vira à direita

Por Bernardo Joffily
A candidata socialista Ségolène Royal admitiu a derrota neste domingo (6)  Nicolas Sarkozy, no segundo turno das eleições presidenciais. Ela fez uma declaração imediatamente após à divulgação dos primeiros resultados. Ela asse

“O sufrágio universal falou. Desejo ao próximo presidente da República que cumpra sua missão a serviço de todos os franceses”, declarou à imprensa a líder do PS (Partido Socialista, social-democrata), que no segundo turno teve o apoio do conjunto das forças de esquerda.



Ségolène e a vingança dos “elefantes”



Ségolène agradeceu do “fundo do coração” os  franceses que votaram nela. “Contem comigo para aprofundar a renovação da esquerda, mais além das fronteiras atuais”.
“Tenham confiança e guardem seu entusiasmo. Outras eleições democráticas nos esperam”, recordou, referindo-se às legislativas de 10 e 17 de junho. Segundo Royal, a brecha aberta durante a campanha “não se deterá” e “trará seus frutos”.



Os críticos à esquerda, porém, recriminam em sua campanha um abandono das posturas socialistas, como a defesa da jornada de trabalho de 35 horas semanais, na tentativa de cativar os eleitores de centro. Sua votação neste domingo foi uma das mais baixas de um candidato do PS em um segundo turno presidencial – embora quebrando o trauma de Lionel Jospin em 2002, que sequer passou para o terceiro turno.



Sua candidatura – mulher, jovem (53 anos) e com idéias próprias – foi vista desde o início como um desafio aos “elefantes do PS”, dirigentes partidários peso-pesado, que ela atropelou correndo por fora. Após a derrota, há quem aguarde um ajuste de contas interno por parte dos “elefantes”.



Sarkozy: “à direita de Chirac”



A eleição de Sakozy foi descrita por Philippe Chriqui e Pierre Christian, no site do jornal Le Monde, como uma “vitória sem concessões”, o que “dá a ele uma margem de manobra política que o transforma no único responsável e fiador de seu futuro político”. O candidato da UMP (União por um Movimento Popular) esteve à frente de todas as pesquisas, no primeiro como mno segundo turno.



Sarkozy fez uma campanha onde reivindicou uma identidade de “direita descomplexada”, apontada como liberticida, truculenta, racista, pró-EUA e antiimigrantes. Descreveu a si próprio como “à direita de (Jacques) Chirac”, seu colega de partido a quem sucederá na presidência. Com isso, atraiu desde o primeiro turno uma parte dos eleitores do  ultradireitista Jean-Marie Le Pen. Este, ao saber do resultado, comenmtou engmaticamente que os franceses “terão o presidente que merecem”.



O centrista François Bayrou, terceiro colocado no primeiro turno, com invejados 18,6%, teve um comportamento esquivo no segundo turno e desperdiçou esse capital eleitoral. Depois de aparecer para muitos como o fiel da balança, assistiu seu eleitorado dispersar-se entre os dois finalistas. Sua proclamação de que não votaria em Sarkozy não teve maior influência.



Da redação, com agências