Eleições no Timor Leste superam expectativas

O segundo turno das eleições presidenciais do Timor Leste, realizado nesta quarta-feira (9), foi considerado um sucesso pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), que esperava uma participação menor que a do primeiro turno.

Os resultados provisórios da eleição só serão conhecidos, na melhor das hipóteses, dentro de cinco dias, informou o organismo. O primeiro-ministro José Ramos Horta, licenciado para concorrer ao cargo de presidente com o vencedor do primeiro turno, Francisco Guterres Lu Olo, liderava as apurações na cidade de Díli, capital do país, até o encerramento do primeiro dia de apuração.



A liderança, porém, é avaliada como eventual, porque o candidato da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) tem mais apoio em outras regiões do país, e no primeiro-turno foi derrotado na capital. Os dois candidatos votaram de manhã em suas seções e prometeram respeitar o resultado das urnas.



O primeiro-ministro Ramos Horta, candidato apoiado pelos Estados Unidos, União Européia e Austrália, foi dado pela mídia desses países como favorito por causa das alianças que estabeleceu nas última semanas, apesar de ter ficado em segundo lugar no primeiro turno.



“Não sei quem vai ganhar. Deus e o povo saberão se vencerei ou não. Caso ganhe, assumirei minha responsabilidade como presidente e, se perder, respeitarei a vontade popular e ajudarei meu irmão Lu Olo a manter a paz e a estabilidade”, disse Ramos Horta, primeiro-ministro interino do país desde julho e prêmio Nobel da Paz em 1996.



Lu Olo é o apelido adotado pelo outro candidato, Guterres, durante os anos que combateu na resistência à ocupação indonésia, de 1975 até 1999. “Quero ganhar ou perder esta eleição com dignidade. Meus seguidores e eu aceitaremos qualquer que seja o resultado do pleito”, assegurou Guterres, apoiado pela Fretilin, o principal partido do país.



De acordo com autoridades ligadas à Fretilin, a instabilidade é alimentada por potências estrangeiras, que apóiam o militar rebelde Alfredo Reinado, refugiado no sul do país e cuja caçada foi interrompida pelo governo australiano. O militar rebelde fugiu da cadeia, em Díli, onde estava preso por acusação de assassinato e tráfico de armas, a pé e em plena luz do dia, diante das forças australianas.