Metalúrgicos alemães obtêm grande aumento salarial

O sindicato alemão IG Metall, do setor metalúrgico, concluiu na semana passada um acordo com o patronato que prevê o maior aumento salarial da categoria desde o ano de 1992.

Os trabalhadores metalúrgicos e do setor eletrônico do Estado de Bade-Wurtemburg, onde está concentrada a maior parte da indústria automobilística alemã, terão um aumento de 4,1% nos salários.



As condições negociadas, que se estenderão a cerca de 3,4 milhões de trabalhadores em toda Alemanha, prevêem ainda o pagamento de um bônus de 400 euros relativo aos meses de abril e maio deste ano, bem como de um outro abono em junho de 2008.



O sindicato, que de início exigia uma atualização de 6,5%, contra os 2,5% e um prêmio de 0,5% propostos pelo patronato, salienta que a revalorização global atinge 5,8% no período de vigência do acordo de 19 meses.



O compromisso foi obtido depois de duras e prolongadas negociações e de numerosas greves parciais com a participação de centenas de milhares de trabalhadores que ameaçavam empreender uma greve em todo o setor. Na véspera do último encontro, dia 3, cerca de 300 mil operários paralisaram as atividades em sinal de aviso.



Alarmado com esta inequívoca vitória sindical, o presidente da confederação patronal alemã, Dieter Hundt, apressou-se a declarar que este acordo “não é um exemplo” para outros setores de atividade.


A própria firma de consltores Morgan Stanley emitiu um comunicado sobre o assunto, notando que, embora seja o aumento salarial mais elevado da década, este permanece “relativamente moderado”, tendo em conta o forte crescimento do sector puxado pela procura mundial de máquinas e equipamento.



Todavia, diz a Morgan Stanley, “não passará despercebido junto do banco Central Europeu”, uma vez que “reflete uma alteração na relação de foras entre os assalariados e os empregadores”, num momento em que o desemprego se encontra no nível mais baixos dos últimos cinco anos.



À luta vitoriosa dos metalúrgicos soma-se ainda o alcance de importantes acordos salariais na Lufthansa (revalorização de 3,4%) e no sector químico alemão (revalorização de 3,6%).