Jackson Lago recorda a Tarso “biografia marcada pela ética”
O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou nesta sexta-feira (18) ter sido procurado ontem pelo governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT). Acompanhado por parlamentares maranhense, Lago, acusado pela Polícia Federal de envolvimento na Operação Navalha,
Publicado 18/05/2007 13:29
O governador afirmou ao ministro que acredita “na força das instituições democráticas” para apurar todos os aspectos contidos na Operação Navalha. “Tenho uma biografia marcada pela defesa da democracia, pela ética e pelo combate a qualquer tipo de roubalheira. Há quarenta anos combato um esquema de poder que enriqueceu às custas da pobreza do estado do Maranhão. Em 2006, esse esquema foi derrotado nas urnas por amplas forças políticas, e eles não aceitam essa derrota imposta pelo povo”, desabafou Jackson Lago, quadro histórico do PDT brizolista, um dos signatários da Carta de Lisboa de 1975.
Ministro reafirma “ideais republicanos”
A comissão de deputados que acompanhou o governador era formada por sete dos 18 membros da bancada maranhense na Câmara: Roberto Rocha, Sebastião Madeira, Carlos Brandão, Pinto do Itamaraty (todos do PSDB), Julião Amim (PDT), Domingos Dutra (PT) e Flávio Dino (PCdoB). O ministro recebeu-os acompanhado pelo diretor geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda.
Segundo Tarso, os políticos maranhenses solicitaram informações sobre a operação. “A procura foi um pedido de informação dos deputados do Maranhão, de vários partidos, juntamente com o governador, que receberam as informações legais, que satisfizeram plenamente”. Mais cedo, em discurso durante a troca de comando da Força Nacional de Segurança, Tarso disse afirmou que as operações da PF vão continuar.
Tarso disse também que não tolerará excessos. “A Polícia Federal é uma instituição norteada por ideais republicanos. Não admito que uso político das operações da instituição. Determinarei ao doutor Lacerda que apure qualquer desvio de conduta que ofenda os direitos fundamentais das pessoas”, garantiu.
Lago é acusado pela PF como beneficiário de vantagem indevida. Por meio de seus sobrinhos, Alexandre de Maia Lago e Francisco de Paula Lima Júnior, presos durante a operação, o governador teria recebido R$ 240 mil para permitir o pagamento, pela Secretaria de Infra-Estrutura do Estado, de R$ 2,9 milhões de uma obra da Gautama –empresa sediada em Salvador (BA). Ao todo, a PF prendeu 46 pessoas nesta quinta-feira, acusadas de fraudes em obras públicas. O centro da investigação é a empreiteira Gautama, que segundo a investigação operava uma organização criminosa infiltrada no governo federal e em governos estaduais e municipais.
Da redação, com agências
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