Lula pede para oposição 'deixar ódio debaixo da mesa'
Em discurso realizado nesta sexta-feira (18), durante inauguração em Tocantins, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os projetos sociais devem ser votados sem ódio, em uma referência indireta aos projetos e medidas provisórias do Programa d
Publicado 18/05/2007 18:12
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta sexta-feira, que não vê problemas em receber críticas da oposição, mas quer que o ódio fique “debaixo da mesa” na hora de votar projetos de interesse do país. “Não tem problemas que os inimigos nos façam críticas todos os dias, mas, quando tivermos um projeto de interesse nacional, peço, pelo amor de Deus: vamos deixar o ódio debaixo da mesa – pediu Lula, durante a inauguração de um trecho de 153 quilômetros da forrovia Norte-Sul, entre Araguaína e Aguiarnópolis, no Tocantins.
O presidente disse ainda que o Brasil vive um bom momento na economia e que isso não deveria ser motivo de preocupação.
“Não precisamos nos preocupar com a economia, porque a economia já está estabilizada. Não precisamos nos preocupar com a inflação, porque a inflação está efetivamente controlada e não precisamos nos preocupar com o FMI, porque não devemos nada, nenhum centavo ao FMI. Agora é pensar em cuidar do povo, dos mais pobres”, afirmou o presidente.
Ao lado do governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e dos ministros dos Transportes, Alfredo Nascimento e de Minas e Energia, Silas Rondeau, Lula disse que nunca houve um momento que o Brasil estivesse tão “arrumado” e preparado como agora. Ele insistiu que o momento é de cuidar das políticas sociais e de crianças e adolescentes.
Ao destacar a importância do Programa de Desenvolvimento da Educação, lançado em março, Lula reafirmou que é mais caro cuidar de um bandido do que de um jovem trabalhador, ou estudante.
Ao lembrar que recentemente o governador de Tocantins o procurou por ter sido alvo de acusações políticas, Lula insistiu que há quem faça política rasteira, “que não respeita a família dos outros”.
Agrados a Renan
Durante a cerimônia, Lula aproveitou para elogiar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), agradecendo a presença do senador na inauguração. Nesta quinta-feira, Renan manifestou irritação com a nomeação do ex-prefeito do Rio Luiz Paulo Conde para a presidência de Furnas. O presidente do Senado defendia um perfil técnico para o cargo.
“Agradeço a presença de Renan, que, atendendo o convite, veio ver a obra”, afagou Lula.
Ainda em Tocantins, Lula afirmou também que tem sido humilde ao procurar seus adversários para conversar: “Tenho a humildade de conversar com meus opositores”, disse, comparando-se a um lutador de boxe vencedor que se abaixa para cumprimentar quem perdeu.
Medidas provisórias
As declarações de Lula sobre a oposição provocou reação do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA). “Esse apelo de Lula está com endereço equivocado. A relação dele com a base aliada é que anda mal resolvida”, disse Aleluia.
O deputado disse ainda que a obstrução da pauta é feita pelos próprios governistas e o pelo Executivo, que inunda o Congresso de medidas provisórias, segundo ele.
Em nota, o presidente nacional da OAB, Cezar Britto, concorda com a reclamação da oposição à edição de MPs. Segundo ele, dois pontos deveriam ser analisados com urgência pelos parlamentares: a reforma política e o fim das MPs. Para Cezar Britto, enquanto o Executivo insistir em legislar por meio das medidas provisórias, “usurpando uma função do Parlamento”, o país não terá uma democracia plena. O presidente nacional da OAB lembrou que o Congresso foi criado para legislar e o Executivo para executar as decisões tomadas pelo Parlamento.
“Enquanto permanecer essa situação lamentável o Legislativo continuará sendo um apêndice do Poder Executivo, o que é ruim para a democracia”, disse.
Leia abaixo a íntegra do discurso do presidente na cerimônia de inauguração do trecho Aguiarnópolis-Araguaína da ferrovia Norte-Sul
Babaçulândia,TO, 18 de maio de 2007
Meu caro amigo e governador do estado do Tocantins, Marcelo Miranda,
Meu caro companheiro e amigo Renan Calheiros, presidente do Senado Federal,
Meu caro amigo Blairo Maggi, governador do estado do Mato Grosso,
Meu caro companheiro Alfredo Nascimento, ministro de Estado dos Transportes,
Meu caro Silas Rondeau, companheiro ministro de Estado de Minas e Energia,
Meu caro Carlos Gaguim, presidente da Assembléia Legislativa do estado de Tocantins,
Senador Leomar Quintanilha e senador João Ribeiro,
Deputada Nilmar Ruiz,
Deputados federais Lázaro Botelho, Osvaldo Reis e Vicentinho Alves,
Senhora Valderez Castelo Branco Martins, prefeita de Araguaína,
Senhor Agimiro Dias da Costa, prefeito de Babaçulândia,
Meu caro José Francisco das Neves, nosso companheiro Juquinha, presidente da Valec,
Meu caro Célio Moura, coordenador da Frente Popular de Araguaína,
Deputados estaduais,
Vereadores,
Companheiras e companheiras do estado de Tocantins,
Companheiros representantes da turma dos Agentes Jovens,
Os nossos companheiros representando a Frente dos Moto-Táxis de Araguaína,
Meus companheiros e minhas companheiras,
Primeiro, quero agradecer aqui a presença do senador Renan Calheiros que, atendendo a um convite meu, veio conhecer esta obra. Eu também queria trazer o presidente Sarney porque como eu fui um crítico muito forte, em 1987, quando o Sarney anunciou esta ferrovia, e eu fazia muitas críticas a ele, eu precisei virar presidente da República para compreender a importância desta obra. Eu fiz questão, já que não pude trazer o Sarney, de trazer o Renan, que é o presidente do Sarney, no Senado, para que ele seja testemunha, primeiro, da alegria demonstrada na cara de cada homem e de cada mulher pelo fato desta ferrovia ter chegado aqui. Aqui agora vai ter um pátio, vão se instalar empresas, outras empresas também virão e vocês vão perceber que a ferrovia funciona, para o País, como uma artéria funciona para o corpo humano. É levando sangue e trazendo sangue para o coração, para que o nosso coração continue batendo.
Atrás de uma ferrovia destas vem o progresso, atrás do progresso cresce a cidade, atrás do progresso vem o emprego, atrás do progresso vem a renda, atrás do progresso e de uma ferrovia destas a gente vai perceber que o estado de Tocantins, quando tiver esta ferrovia toda concluída, será outro estado, mais rico, mais desenvolvido, que vai gerar mais empregos.
Eu perguntava agora ao Juquinha quantos empregos nós geramos para construir este trecho que inauguramos hoje. E ele me dizia: “Presidente, aproximadamente 2 mil e 500 empregos diretos e outros 5 mil indiretos.” E eu perguntava para ele: nós vamos inaugurar um trecho de 210 quilômetros em julho do próximo ano, e depois vamos inaugurar um outro trecho, perfazendo 350 quilômetros. Nesse trecho nós vamos gerar 7 mil empregos diretos na ferrovia e no fundo, no fundo, o que conta, além de tudo isso, é a gente perceber que um pai de família pode trabalhar e pode levar para casa o sustento da sua família com um trabalho honrado, do seu suor e do seu sangue.
Mas eu queria dizer para vocês, meus companheiros e companheiras, que o PAC que nós lançamos no dia 22 de janeiro deste ano, o chamado Programa de Aceleração do Crescimento, é o maior programa planejado já anunciado no Brasil. Serão 504 bilhões de reais que vamos investir em infra-estrutura na área de transporte, na área de portos, na área de habitação, na área de saneamento básico, na área de ferrovias e na área de aeroportos, para que a gente possa transformar o Brasil num país rico, num país de Primeiro Mundo, num país que não fique devendo nada a ninguém.
É importante lembrar a vocês que nós fizemos um grande sacrifício no primeiro mandato e mais ou menos cada trabalhador aqui sabe que quando a gente começa a fazer uma casinha, e a gente se muda para dentro dela sem estar acabada, às vezes a gente faz o primeiro quarto, uma cozinha e um banheiro, sem rebocar, mas a gente vai lá para dentro. Não oferece conforto para a família, mas a gente oferece segurança e esperança de que a casa será concluída. Aí a gente vai terminando, mais um quarto, um banheiro, vai melhorando e montando a cozinha, para a gente dar segurança para a família da gente.
No primeiro mandato, o que nós fizemos foi isso, foi preparar o Brasil que estava desarrumado, que estava desesperançoso, que estava sem rumo. Nós preparamos o Brasil com um sacrifício imenso, para que a gente pudesse chegar, olhar na cara de uma criança, de uma mãe ou de um pai, e dizer para vocês: não tem nenhum momento da história do Brasil em que o Brasil esteja tão arrumado como está agora, tão preparado como está agora.
Por isso, nós lançamos o PAC no dia 22 de janeiro e no mês de março nós lançamos o PDE, o Programa de Desenvolvimento da Educação, porque nós queremos cuidar melhor das nossas crianças na escola, mas queremos cuidar melhor dos nossos adolescentes que foram abandonados nesses últimos 20 anos e de muitos jovens, de 17 a 24 anos, que abandonaram a escola porque não tinham possibilidade de estudar. Nós vamos recuperar o direito desses jovens estarem na escola porque, se eles não estudarem, eles podem ir para a criminalidade e vai ficar muito mais caro cuidar de um bandido do que cuidar de um jovem trabalhador e de um jovem estudante.
Temos outras coisas importantes para fazer. Os nossos programas de políticas sociais vão melhorar, estejam certos disso. Os nossos programas, todos eles, na área da saúde vão melhorar, porque agora nós não precisamos mais ficar pensando na estabilização da economia, ela já está estabilizada. Nós não precisamos ficar preocupados com a inflação porque ela está efetivamente controlada, nós não precisamos ficar pensando na dívida com o FMI porque não devemos nada ao FMI, nem um centavo.
Nós agora temos que pensar em cuidar do povo brasileiro, cuidar dos mais pobres. É importante que as pessoas saibam e eu vou repetir sempre: eu sou um presidente da República que tem compromisso com todos, com o rico e com o pobre, com o empresário grande e com o empresário pequeno, mas a nossa prioridade é cuidar dos mais pobres porque são eles que precisam mais do governo. São eles que precisam do governo e nós temos que entender que investir dinheiro em pobre é investimento também, que investir na educação é investimento também, e este País está tendo uma oportunidade que Deus permitiu que nós construíssemos juntos. É por isso que eu quero agradecer, o Arlindo Chinaglia não pôde vir, mas aqui tem deputados, senadores e o nosso Renan Calheiros, porque muitas vezes aparece na imprensa uma guerra entre o Congresso e o governo. A verdade, nua e crua, é que tem gente que não quer que o Brasil dê certo, mas a maioria, no Senado e na Câmara, está trabalhando para que este País dê certo, está trabalhando para aprovar.
Eu digo todo santo dia: não tem problema que um inimigo meu me faça críticas todo dia. Pode fazer, não tem nenhum problema, pode fazer quantos discursos quiser contra o presidente da República, mas quando tiver um projeto no Congresso Nacional, que não é um projeto de interesse do presidente, mas de interesse da nação brasileira, eu peço: pelo amor de Deus, vamos deixar o ódio embaixo da mesa e vamos votar as coisas de que este País precisa, porque este País não comporta mais briga pequena, este País não comporta mais acusações, insinuações em época de eleição.
Esses dias, o governador Marcelo Miranda me procurou muito triste, dizendo o quanto o atacam, o quanto mexem com a vida dele. Eu disse para ele: Marcelo, só tem um jeito de a gente vencer essas pessoas que fazem política rasteira, essas pessoas que fazem política de baixo nível, essas pessoas que não respeitam a família dos outros, essas pessoas que não respeitam a intimidade dos outros ou o trabalho, só tem um jeito de a gente vencê-los: é deixá-los falar e não responder, não perder a tranqüilidade, porque quem vai julgar essa gente não é você, Marcelo, é o povo de Tocantins que vai julgá-los no momento certo. Você não foi eleito para brigar com os seus adversários, você não foi eleito para xingar os seus adversários, você foi eleito para cuidar desse povo. Então, meu filho, cuide desse povo, cuide com carinho, porque é isso que conta, no final das contas. E o orgulho de um político é poder fazer como eu faço todo dia, não tem lugar deste País em que eu não entre de cabeça erguida e não saia de cabeça erguida. A honra e a dignidade de um ser humano não é uma conquista da quantidade de anos que a pessoa passou na escola. Essa coisa de caráter a gente aprende é no berço, a gente aprende é com a mãe e com o pai da gente. E esse é um valor que não tem preço. É por isso que o Brasil está dando certo. Eu tenho a humildade, Marcelo, de conversar com os meus opositores, afinal de contas, eu aprendi uma lição: quando um lutador de boxe derruba o outro, não é o que cai que se levanta para cumprimentar o que ganhou, é o que ganhou que, humildemente, se agacha para cumprimentar o que foi derrotado.
Então, meu caro, nós somos vencedores, nós temos que ter humildade e uma única preocupação: cuidar desse povo, cuidar dos nosso velhos, das nossas velhinhas – nossos velhos não, porque eu também já passei dos 60, já estou na terceira idade –, cuidar dos nossos experientes brasileiros que são as pessoas da minha idade, com mais de 60 anos, mas também cuidar da nossa criança, cuidar do nosso jovem, cuidar das nossas meninas. Você sabe, Marcelo, que 30% das meninas de 15 a 17 anos que deixaram de estudar foi porque tiveram gravidez indesejada. E nós precisamos cuidar dessas meninas, porque vem um filho indesejado, depois vem outro, depois vem outro, e essa menina nunca mais vai se recuperar. E nós precisamos dizer: a recuperação para esses jovens é a escola, é formação profissional, é carinho. E eles têm que saber que o governo está preocupado com eles.
Meus companheiros e companheiras, eu queria ler aqui algumas coisas para vocês. No fundo, no fundo, eu já fiz o discurso sem ler, mas eu preciso ler porque depois o Marcelo, na hora em que for fazer um jornal aí, ele coloca o meu discurso na íntegra.
Mas companheiros,
Algumas obras fazem mais do que encurtar distâncias, desenvolver economias, gerar empregos. Algumas obras mobilizam mais do que simplesmente recursos financeiros, máquinas, força de trabalho. Algumas obras são mais que o somatório do ferro e do concreto que a compõem, porque contemplam sonhos, mobilizam corações, tocam a alma de um povo.
A ferrovia Norte-Sul é uma dessas obras, ela toca a alma de cada cidadão brasileiro e de cada cidadão tocantinense. Aqui no estado, há quem considere a Norte-Sul quase tão importante quanto a própria criação do estado de Tocantins. Há quem a defina como o grande pulmão logístico, a grande revolução na geração de emprego e renda. Há quem a coloque quase no patamar de obras como a construção de Brasília e da BR-153 que Juscelino fez, a Belém-Brasília. E há quem diga, com simplicidade e poesia, que a ferrovia Norte-Sul toca a alma tocantinense. E eu digo que ela toca a alma do nosso País.
Opiniões como essas, que tenho colhido em andanças, não só no Tocantins mas nos outros estados direta ou indiretamente beneficiados pela Norte-Sul, confirmam o acerto de decisões importantes que tomamos desde o início do nosso governo.
Primeiro, a nossa decisão de colocar novamente nos trilhos o transporte ferroviário deste País, resgatando-o do abandono para fazer dele um poderoso indutor de crescimento. Depois, a nossa decisão de investir, nas ferrovias, nada menos que 8 bilhões de reais do PAC, até 2010. Prestem atenção, são 8 bilhões de reais em ferrovias que vamos aplicar, e não estou contando aqui o anúncio que fez o Alfredo, de que está prestes a ser anunciado o trem-bala, ligando São Paulo ao Rio, que terá um investimento de 9 bilhões de dólares. E finalmente, mas não menos importante, a nossa decisão de transformar em realidade o antigo sonho da ferrovia Norte-Sul.
Meus amigos e minhas amigas.
A Norte-Sul foi projetada para promover a integração nacional, reduzindo custos de transporte de longa distância e interligando o Norte e o Nordeste ao Sul e ao Sudeste, por meio de suas conexões com ferrovias privadas. Antes mesmo de ficar pronta, ela já começa a cumprir essa missão. Por onde passam seus trilhos, e mesmo por onde eles ainda passarão, a Norte-Sul deixa um rastro de desenvolvimento.
No trecho já em operação no Maranhão, por onde hoje circulam 1 milhão e 600 mil toneladas de carga por ano, cresce a área plantada, aumenta a produção de grãos, eleva-se a geração de emprego e renda.
Não é outro o destino reservado ao Tocantins. Hoje, empresários do Brasil inteiro, e também de outros países, disputam a oportunidade de investir no estado. Apresentam projetos, compram terras, constroem fábricas, contratam mão de obra.
Daqui a pouco estarei em Porto Nacional, inaugurando uma usina de biodiesel com capacidade de produção de 108 milhões de litros por ano. É uma das três maiores usinas do país e, para alimentá-la, 5 mil famílias tocantinenses plantam mamona, soja e girassol e certamente começam a colher como resultado uma vida melhor.
Já existe outra usina pronta, em Paraíso do Tocantins, e em breve teremos uma terceira, aqui mesmo neste Pátio de Araguaína, com uma produção estimada de 50 milhões de litros de biodiesel por ano. Além disso, num futuro muito próximo, pelo menos cinco usinas de álcool estarão instaladas aqui neste estado.
Com o álcool e o biodiesel, consolida-se uma nova vocação tocantinense para além das tradicionais soja e pecuária, setores que, por sinal, estão se expandindo, como demonstram o aumento da área plantada de grãos e a chegada de grandes frigoríficos.
Duas usinas esmagadoras de soja, para a produção de óleo comestível, vão se instalar no estado, agregando valor ao produto exportado.
Em breve, estará operando aqui mesmo neste Pátio uma indústria frigorífica de grande porte, voltada à exportação, com um curral para 500 cabeças de gado e câmara frigorífica com capacidade de armazenagem de 100 toneladas de carne.
Assim, rumo ao porto de Itaqui, no Maranhão, e de lá para o restante do mundo, sairão grãos e farelos, fertilizantes e adubos, álcool e biodiesel, carne bovina e óleo de soja, algodão e o cimento que será produzido pela futura fábrica da Votorantim, implantada aqui neste estado.
Cada uma dessas e de muitas outras cargas circulará pelos trilhos da Norte-Sul levando um altíssimo valor agregado: geração de emprego, renda e divisas, distribuição de riqueza e melhoria na qualidade de vida de todo o nosso povo tocantinense.
Minhas amigas e meus amigos.
A Norte-Sul é uma das obras mais importantes de infra-estrutura do País. Ela contribuirá de forma extraordinária para o avanço do nosso Programa de Aceleração do Crescimento. Ajudará a combater as desigualdades regionais e a exclusão social. Aumentará a produção e a competitividade do nosso País.
No nosso governo – e esse dado é importante lembrar – já construímos 153 km, entre Aguiarnópolis e Araguaína. Até o ano de 2009, construiremos novos 358 km, de Araguaína a Palmas; e, até 2010, mais 280 km, agora em Goiás, no trecho entre Anápolis e Uruaçu.
Assim, nos oito anos do nosso governo, prestem atenção: teremos construído 791 km da ferrovia Norte-Sul, ou seja, três vezes e meia mais do que tudo o que foi feito de 1987, quando o presidente Sarney anunciou, até 2003, quando eu tomei posse na Presidência da República.
E o curioso é que quando o presidente Sarney resolveu fazer a Norte-Sul, mais de 20 anos atrás, muita gente foi contra, dizendo que ela serviria apenas para unir o nada a lugar nenhum. E eu fui um desses que fez críticas ao presidente Sarney. E como eu disse no começo, com muita humildade, a grandeza de um homem não é acusar, a grandeza de um homem é ter a dimensão de reconhecer e pedir desculpas pelos erros que cometeu.
E por que mudei de idéia? Porque entendi que esta ferrovia, na verdade, une o Brasil ao Brasil, promove o encontro do país consigo mesmo. Ajuda a diluir a fronteira entre o Brasil rico e o Brasil ainda pobre, entre o País desenvolvido e o País durante muito tempo condenado ao atraso.
A Norte-Sul contribui para fazer deste um país inteiro, um Brasil de todos, que nunca mais voltará a ser um país de poucos.
Muito obrigado, parabéns ao povo de Tocantins e parabéns ao nosso querido Marcelo.
Leia a Entrevista e o Release sobre o assunto:
http://www.imprensa.planalto.gov.br/download/Entrevistas/PR152-2.DOC
http://www.imprensa.planalto.gov.br/download/notas/REL170507-1.doc