Operação Navalha: ministro diz que PF continuará a fazer seu papel
O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, comentou a operação Navalha, da Polícia Federal, que prendeu Ernani Soares Gomes Filho, servidor do Ministério do Planejamento atualmente à disposição da Câmara dos Deputados.
Publicado 18/05/2007 16:58
“A Polícia Federal está fazendo o papel dela e vai continuar fazendo isso sem prejuízo nenhum”, disse o ministro ao chegar ao Encontro Nacional de Prefeitos e Vice-prefeitos do PT. O ministro também disse que independentemente de onde a construtora Gautama esteja agindo, o importante é coibir esse tipo de ação.
Sobre as denúncias de que os acusados estivessem também usando recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Paulo Bernardo comentou de forma bem-humorada: “Eles podiam querer até pegar os recursos do papa, mas o que aconteceu é que eles foram presos e vão ter que dar satisfação para a Justiça”.
O ministro reforçou que o governo vem tornando cada vez mais transparente a execução de obras no país, ao permitir o cesso pela internet aos relatórios de avaliação. Nos casos em que há problemas, ele destacou que existem o Ministério Público, Polícia Federal e Tribunais de Contas para investigar. “E ainda há vagas na cadeia”, completou.
Quanto ao cronograma das obras do PAC, o ministro disse que o governo está sempre “atento e preocupado” e, por isso, foi criado um comitê gestor formado por três ministros. “Está andando muito bem, está indo mais rápido que usualmente acontece. E nós vamos acelerar mais ainda.”.
Sobre a regulamentação do direito de greve para os servidores públicos, o ministro considerou “absolutamente normais” as reações contrárias às propostas do governo. “Acho que o momento impõe a discussão que nós precisamos fazer sobre a regulamentação da Constituição no que toca ao direito de greve”. Paulo Bernardo disse que o governo está formulando uma política salarial para os quatro anos do governo Lula.
Ele afirmou que é preciso regulamentar o processo de negociação coletiva, de maneira institucional, e destacou a necessidade de se estabelecer em lei o direito de negociação coletiva dos servidores e os termos e limites ao direito de greve. Segundo ele, o projeto de regulamentação saiu do ministério e já está na Casa Civil. “Precisamos de um processo de consulta e de finalização do texto, mas em breve vai estar pronto”.
A propósito do crescimento da economia, Paulo Bernardo lembrou que quando o governo divulgou o PAC, em janeiro, vários institutos fizeram previsões “muito mais pessimistas”, sem levar em consideração o efeito do câmbio.
“Nós falávamos que íamos crescer 4,5% do PIB e vários divulgavam [que seria] coisa de 3%. Hoje no mercado não tem previsão de menos de 4,5% e eu já estou achando que vai dar 5%”. Para o ministro, o mais importante é garantir que esse crescimento seja sustentável nos próximos quatro, cinco e dez anos.
Ele afirmou que a queda do dólar não afeta a economia e o Brasil vai exportar esse ano cerca de US$ 145 bilhões e lembrou que, por outro lado, a valorização do real está permitindo o aumento das importações, referindo-se ao efeito que isso pode causar na redução de preços de produtos como trigo, máquinas e equipamentos.
Fonte: Agência Brasil