Ministério da Pesca quer fábrica no Amazonas

O secretário especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República, ministro Altemir Gregolin, comprometeu-se com o titular da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), Eron Bezerra, em busc

Acompanhado da coordenadora da bancada do Amazonas no Congresso Nacional, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB), o secretário ainda esteve reunido, na quinta e sexta em Brasília, com os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, do Transporte, Alfredo Nascimento, do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel e da Promoção de Igualdade Racial, Matilde Ribeiro.


 


''Foi uma agenda positiva. Com o ministro da pesca, por exemplo, o Estado ganhou um aliado para viabilizar a industrialização do setor. Temos uma enorme capacidade na área. Só as várzeas das calhas do Solimões e Amazonas têm condições de produzir 1 milhão de toneladas/ano de peixe, o que representaria metade do que é produzido no País'', disse Vanessa.


 


Altemir Gregolin elogiou a iniciativa do Estado em buscar parcerias com investidores no setor e disse que essa política está em sintonia com a da sua pasta. O ministro afirmou ainda que iria estudar outras demandas apresentadas pela Sepror, entre elas, a aquisição de um caminhão frigorífico para distribuição de peixe na periferia de Manaus, a recuperação do frigorífico da Betânia e uma salgadeira para beneficiar o pirarucu em Mamirauá, em Tefé.


 


Segundo Eron Bezerra, são demandas viáveis que vão evitar o desperdício do pescado no Amazonas. ''Estamos propondo uma política estruturante para o setor que vai desde o inventário das espécies até a industrialização. O ministro não apresentou nenhum óbice que seja intransponível. Com relação à fábrica de pescado, por exemplo, ele vai fazer a intermediação junto aos grandes fabricantes do Brasil para poder canalizar os investimentos, porque é um absurdo o Amazonas, o maior produtor de peixe do Brasil, não possuir uma fábrica de pescado; isso é uma coisa irracional'', disse o secretário.


 


Entusiasmado com o que viu em Itajaí (SC), o maior centro pesqueiro do Brasil, que gera 900 empregos diretos, Eron Bezerra disse que uma fábrica de médio porte poderia gerar no Estado 300 empregos diretos. ''Para você ter uma idéia, a valorização de um produto in natura para industrializar na área de pescado chega até 4.000% de agregação de valor, isso é uma coisa espantosa''.


 


O secretário explicou que se não houver liberação para a aquisição do caminhão frigorífico, atualmente orçado em R$ 300 mil, a Sepror vai adquirir o veículo com recursos próprio. ''O que não vou permitir é que estrague o peixe'', disse. Junto com o caminhão, Eron argumentou que a recuperação do frigorífico da Betânia é importante para evitar o desperdício, uma vez que vai armazenar o pescado.


 


Orçado em torno de R$ 1 milhão, o secretario disse que a salgadeira de peixe a ser construída em Mamirauá vai converter ''aquilo é um projeto de sustentabilidade numa realidade sustentável''. A salgadeira vai transformar o pirarucu numa espécie de bacalhau para ser exportado. ''Essa salgadeira seria administrada pela Sepror com a comunidade e com os próprios produtores'', disse o secretário.


 


Agricultura


 


Com o ministro da Agricultura, Eron e Vanessa discutiram a liberação de R$ 3,5 milhões das emendas ao Orçamento da União elaboradas pela Comissão da Amazônia para a mecanização agrícola no Amazonas. Praticamente inexistente no Estado, a mecanização iria beneficiar diretamente os município do entorno de Manaus: Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo, Iranduba, Manacapuru, Careiro Castanho, Careiro da Várzea e Autaz Mirim.


 


A mecanização é vista pela Sepror como fundamental para o incremento da produção. O secretário observou que o Estado poderia ser auto-suficiente na produção de fécula de macaxeira (goma de tapioca), mas importa quase sua totalidade do Paraná. Só o Distrito Industrial consome sete mil toneladas no processo industrial.


 


Na área de transporte, o secretário discutiu como o ministro a possibilidade de recuperação de 50% dos cinco mil quilômetros de vicinais do Estado que se encontram intrafegáveis. ''Infelizmente o ministro nos disse que não existe um programa específico na sua pasta para resolver o problema, porém, nos prometeu ajudar em outros ministérios com o da Integração Nacional'', disse.


 


Já no com o ministro do Desenvolvimento Agrário, além de solicitar apoio para a recuperação das estradas vicinais, o secretário convidou Guilherme Cassel parar participar o 1º Encontro de Trabalhadores da Agricultura Familiar do Amazonas, a ser realizado no dia 26 de julho no Studio 5.


 


Com a ministra Matilde Ribeiro, Eron Bezerra pediu apoio para o programa de produção agrícola nas comunidades indígenas. A idéia é mecanizar nas aldeias, por exemplo, as casas de farinha e ainda ajudar na produção agrícola. O ex-coordenador das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Darcy Marubo, será o responsável pelo projeto.


 


De Brasília,
Iram Alfaia