Até o Bird defende uma queda acentuada dos juros no Brasil

Parem as máquinas. O título acima não está errado. Alguém avise Henrique Meirelles. Para que não fique qualquer dúvida, é bom repetir: sim, o Banco Mundial (Bird) divulgou um relatório no qual defende uma queda mais acentuada na taxa de juros brasileira.<

O relatório, intitulado Financiamento do Desenvolvimento Global de 2007, não traz nenhuma grande novidade no que diz respeito a números ou estatísticas sobre o Brasil. Em sua previsão, o Bird estima que a economia do país crescerá 4,2% em 2007, diz que há um clima de estabilidade e aumento da capacidade de produção. Aí vem a grande frase: “Há espaço para reduzir mais as taxas de juro, embora o Banco Central tenha desacelerado o ritmo de cortes da Selic.”



Não custa lembrar: na última reunião realizada pelo Comitê de Política Econômica (Copom) do BC, em 18 de abril, o corte da Selic manteve o tímido 0,25% dos últimos meses e arredondou a taxa de juros brasileira em 12,5%.



Desde a chegada do dólar a níveis inferiores a R$ 2,00, no começo de maio, já se especula que o “mercado” imporá ao BC um corte de no mínimo 0,5% na reunião marcada para 6 e 7 de junho. A estabilização da inflação abaixo dos 4% e os seguidos recordes negativos do risco-Brasil são elementos também contribuem para essa previsão.



Diante dessa possibilidade, alguns analistas vislumbram que a Selic possa chegar a 10,5% até o final de 2007. Mesmo com essa queda, a taxa de juros reais brasileira ainda será a mais alta do mundo, muito próxima dos 9%. O momento, portanto, é de maior ousadia. Ou Meirelles e o Copom demonstrarão que são mais conservadores até que o Bird?



Com informações de agências