Renan diz que é hora de ver “quem tem relações promíscuas”
“Eu acho que este talvez seja um bom momento para a gente ver quem é que no Brasil tem relações promíscuas, quais os setores que têm relações promíscuas com o Poder Público”. A afirmação foi feita pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, ao chegar a
Publicado 31/05/2007 23:07
“Eu sou o presidente do Senado Federal; se eu quisesse misturar o público com o privado, eu teria misturado o público com o privado. Eu tive que me submeter a uma provação, tive que expor a minha vida familiar, pedir penitência à Nação e ao Senado e comprovar que o que disseram era um equívoco” disse Renan, a caminho do elevador.
O presidente do Senado vinha da casa do seu advogado, Eduardo Ferrão, com quem conversou, como normalmente vem fazendo nos últimos dias.
“Tenho conversado com todo mundo, inclusive com os advogados, sobretudo para demonstrar sobejamente que fiz o que tinha que fazer: eu assumi a paternidade, protegi a gestante, protegi a minha filha. Era isso que eu precisava fazer e foi isso que eu fiz e tive que demonstrar como é que fiz. Ontem,isso ficou sobejamente esclarecido”, afirmou Renan.
“Mas o senhor acabou envolvendo o Senado nessa história toda, sobretudo quando aparece o nome de um lobista. O senhor não acha que esse é um problema?”, indagou um jornalista.
“Você acha que eu envolvi o Senado Federal? O Senado é que tem sido vítima dessa tragédia pessoal toda, de o presidente da Casa ter que abrir a sua vida pessoal, falar da sua intimidade e dizer que assumiu a paternidade numa ação de alimentos, tomou a iniciativa, assistiu a gestante e assistiu a sua filha”, reiterou o presidente do Senado.
Outros jornalistas perguntaram como ele vai comprovar a origem dos recursos que utilizou para pagar essa despesas com a gestante e com a criança antes de reconhecer a paternidade da filha. Renan respondeu: “Todas as informações requisitadas já foram entregues, o que significa dizer que fiz a minha parte, assumi a minha responsabilidade”, enfatizou Renan Calheiros.
Representação
Ainda nesta quinta-feira, Renan Calheiros, na presidência dos trabalhos da sessão plenária, comunicou ao Plenário que despachou ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa a representação do PSOL que solicita a abertura de processo investigatório para apurar as denúncias de supostas ligações que ele manteria com empreiteiras.
Pouco antes, o senador Sibá Machado (PT-AC), presidente do conselho, havia informado ter remetido a representação, inicialmente protocolada na Corregedoria, à Mesa, para obedecer aos devidos trâmites regimentais. Na ocasião, o senador Pedro Simon (PMDB) demonstrou estranhamento com o envio da representação à Mesa e chegou a sugerir que mais apropriado seria que o presidente Renan se licenciasse durante o julgamento da questão.
“O erro da representação do PSOL, do ponto de vista regimental e processual, era perfeitamente reparável. Ao mandar para o Conselho de Ética, com a prontidão com que eu o fiz, demonstro sobejamente minha isenção e a total confiança na verdade e na decisão que a Casa e o Conselho de Ética haverão de tomar”, afirmou Renan em Plenário.
Os senadores Valter Pereira (PMDB-MS), Jayme Campos (PFL-MT) e Ideli Salvatti (PT-SC) cumprimentaram Renan Calheiros pela decisão.
“Vamos fazer tudo conforme o rigor do regimento”, disse a líder do PT.
Em entrevista à imprensa, Renan foi questionado sobre a possibilidade de a representação ser novamente submetida à Mesa, já que a esta não se reuniu antes que o documento fosse enviado ao conselho.
“Eu fiz questão de agilizar o processo, para que não parecesse que haveria por trás da reparação do erro do PSOL alguma manobra da Mesa para beneficiar alguém”, disse.
Fonte: Agência Senado