CPI: transponder não foi desligado acidentalmente
O Presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, afirmou que é “altamente improvável” o desligamento involuntário do transpoder (equipamento que evita colisões entre aeronaves) do jato Legacy, fabricado pela empresa, que colidiu em setembro de 2006 com o
Publicado 05/06/2007 16:35
Segundo ele, para acionar o segundo transponder de segurança, no caso de falha do primeiro, é preciso apertar duas vezes o botão e isso “não se pode fazer com um esbarrão”. Além disso, Curado reafirmou que, até o momento, não foram constatadas falhas no equipamento da aeronave da Embraer. A afirmação do presidente da Embraer é contrária a do relator da CPI, Marco Maia (PT-RS), que, após analisar a caixa-preta do jato, havia concluído que os norte-americanos não tinham total conhecimento do equipamento que estavam pilotando.
Segundo Curado, a Excel Aire, empresa que comprou o jato, possui três ou quatro aviões semelhantes e é procedimento normal da empresa entregar as aeronaves no Brasil para os pilotos do comprador fazerem testes de aceitação antes de concretizar a venda.
Funcionários no jato
Dois funcionários da Embraer estavam no jato no momento da colisão. Segundo suposta degravação da caixa-preta do Legacy, há registros de um desses funcionários – provavelmente Henry Yendle, que também é norte-americano – conversando em vários momentos com os pilotos, inclusive fazendo orientações sobre como operar o Legacy.
Curado demonstrou desconhecimento sobre essa prática e afirmou que o funcionário estava no jato por ter sido o vendedor do avião e ser costume da empresa acompanhar o cliente até o fim da negociação. O outro funcionário da Embraer no jato era o gerente de comunicação e marketing da empresa, Daniel Bachmann, que prestará depoimento amanhã na CPI.
Bachmann acompanhou no plenário a maior parte do depoimento de Curado, mas foi obrigado a sair depois de o deputado Carlos Willian (PTC-MG) ter levantado questão de ordem lembrando que o Código Penal impede que uma testemunha acompanhe o depoimento de outra testemunha.
Chamou a atenção do relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), o fato de que o presidente da Embraer não conhecia Bachmann. O funcionário só foi identificado mais de duas horas depois de iniciado o depoimento, quando o deputado Ivan Valente (Psol-SP) indagou diretamente ao presidente da Embraer se Bachmann estava no plenário, e Curado pediu a ele que se identificasse caso estivesse presente. “Achei estranho ele [Curado] dizer que não conhece um funcionário que sofreu um acidente aéreo exercendo seu trabalho”, comentou Maia.
Com informações da Agência Câmara.