Irmão de Lula é indiciado; Alencar e Chinaglia defendem investigação

A PF confirmou na tarde de hoje que indiciou pelos crimes de tráfico de influências e exploração de prestígio, Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem (4), durante a Operação Xeque-Mate da Polícia Federal foi

O presidente em exercício, José Alencar, disse que não acredita no envolvimento de Vavá em exploração de jogos ilegais. “Eu conheço o Vavá. Sinceramente, não acredito que esteja envolvido em coisa desse tipo. Agora, é claro, o presidente [Lula] faz questão que cada brasileiro tenha absolutamente o mesmo tratamento. A força da Polícia Federal de investigar é mantida, porque é preciso que haja no Brasil o fim dessas coisas que desrespeitam a lei. Fora da lei, não há salvação”, disse Alencar após cerimônia em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto.


 


Alencar também ressaltou que o trabalho da Polícia Federal é impessoal e que há independência nas investigações.


 


O presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), ponderou que é importante não fazer julgamentos prematuros. “Qualquer avaliação é precipitada, a não ser por aqueles que conhecem os fatos”. Para ele, é um “contra-senso” julgar familiares do presidente de maneira genérica. “Não acho prudente generalizar nenhuma situação, principalmente quando se trata de familiares do presidente”, afirmou.


 


A declaração foi em resposta a uma provocação do líder do Democratas na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS), ao conversar com jornalistas no Salão Verde, de que muitas vezes familiares do presidente se consideram acima do bem e do mal, Chinaglia afirmou que é preciso ter respeito com a figura do presidente. “Lamento que durante a crise, no passado, muitas vezes deputados e senadores agiram de forma absolutamente desrespeitosa com a figura e com a pessoa do presidente e a resposta veio nas urnas”.


 


Em viagem a nova Nova Delhi (Índia), o presidente Lula disse que não acredita no envolvimento de seu irmão. “Conheço o meu irmão há 61 anos, sou capaz de duvidar que meu irmão tem algum problema, mas de qualquer forma, se a Polícia Federal fez a investigação, está feita a investigação e isso vale para qualquer um dos 190 milhões de brasileiros”, afirmou.


 


Xeque-mate


 


As prisões da Operação Xeque-Mate são fruto de dois inquéritos separados que tinham investigados em comum. Um inquérito investigava o contrabando de componentes eletrônicos para a utilização em máquinas caça-níqueis. Os acusados praticavam crimes como corrupção, falsidade ideológica e formação de quadrilha.


 


O outro inquérito investigava a corrupção e o possível envolvimento de policiais civis do Mato Grosso do Sul com o tráfico de drogas, e, de acordo com a PF, especificamente no município de Três Lagoas (MS). Os integrantes da quadrilha estariam pagando propina para que policiais civis fiscalizassem casas de jogos ilegais.


 


Foram presas ao todo 77 pessoas de seis estados – Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rondônia – que começaram ser ouvidos na manhã de hoje na Superintendência da PF em Campo Grande (MS).


 


Entre os presos confirmados pela Polícia Federal na Operação Xeque-Mate está Dario Morelli Filho, cujo filho é afilhado do presidente Lula. Em viagem internacional, Lula confirmou a informação e disse que não teve notícias a respeito da prisão. “Fui informado que talvez ele estivesse na lista, mas depois não conversei mais com o Tarso [Genro, ministro da Justiça]. Vou ver amanhã. Se foi preso vai ser investigado, interrogado e depois haverá o veredito”.


 


No final do dia, a Companhia de Saneamento de Diadema (Saned) informou que estava afastando Morelli Filho de seu cargo na área administrativa da empresa, autarquia da Prefeitura de Diadema. Ele era responsável pelo acompanhamento das condições da área verde em Diadema segundo o projeto ISO 9000. Segundo a assessoria de imprensa da Saned, a diretoria da companhia foi “surpreendida” pelas informações e decidiu pelo afastamento até que a situação seja esclarecida. Ele não receberá salário durante o tempo que ficar afastado da função.


 


Com informações de agências.