País Basco: ETA anuncia fim do cessar-fogo

A organização adverte que a partir de quarta-feira (6) vai agir em todas as frentes em defesa do País Basco. Zapatero respondeu que ''A ETA volta a enganar-se'', pois a sua decisão ''vai radicalmente na direção contrária ao caminho que quer a sociedade basca e espanhola''.

A ETA declarou o cessar-fogo permanente há um ano, interrompido porém há cinco meses pelo atentado no aeroporto madrilenho de Barajas. Há cerca de três meses, o governo Zapatero concedeu prisão atenuada ao militante etarra Iñaki de Juana Chaos.

No comunicado, a ETA acusa o primeiro-ministro de ''um fascismo que deixa os partidos e os cidadãos sem direitos''. Acusa também o Partido Nacionalista Basco (PNV) de traição e de ter uma ''sede insaciável de dinheiro''. Afirma ainda que as recentes eleições bascas não têm legitimidade, já que ''a Justiça espanhola deixou milhares de cidadãos e a esquerda abertzale fora das eleições.''

Na declaração de resposta, Zapatero observou que o cessar-fogo já tinha sido interrompido quando do atentado de Barajas, que custou a vida a dois trabalhadores imigrantes equatorianos, e afirmou que ''a sociedade espanhola vai demonstrar de novo que não vai ceder às ameças''.

Segundo o diário El País, os serviços antiterroristas já tinham alertado o governo que a ETA estava a preparar-se para realizar um novo atentado. Ao mesmo tempo, a organização recomeçara a enviar cartas exigindo pagamentos de 150 mil euros a empresários do País Basco e de Navarra. O pagamento seria uma contribuição ''para o processo de libertação e de construção de Euskal Herria''.

Com informações do El País