Parlamento aprova abolição da monarquia no Nepal

O parlamento nepalês aprovou nesta quinta-feira (14) uma emenda constitucional que abolirá a monarquia no país, uma das exigências das forças rebeldes para se obter a pacificação no Nepal.

O pequeno país do Himalaia desfruta de tempos pacíficos desde que foi assinado um acordo de partição do poder entre os oito principais partidos políticos e a guerrilha maoísta, assinado em 21 de novembro de 2006.



A medida foi votada no fim da noite de quinta-feira (início da manhã em Brasília) por 281 dos 329 deputados, como um primeiro passo para a instalação, em novembro próximo, de uma Assembléia Constituinte, encarregada de redigir a Lei Fundamental do país, que decidirá o futuro de Gyanendra, o rei atual.



Os ex-guerrilheiros entraram em abril em um governo de união nacional e dispõem de 25% das vagas do parlamento interino, estabelecido em janeiro de 2007.



Entretanto, de acordo com Narayuan Wagle, diretor-chefe do diário Kantipur, essa emenda possibilita a supressão de 238 anos de monarquia, mediante a votação da maioria de dois terços dos deputados, se Gianendra se envolver com o próximo pleito.



Wagle explicou à mídia internacional em Katmandu que “existia o risco de uma conspiração do rei contra as eleições para a Assembléia Constituinte, e a decisão de hoje significa que ele não poderá fazer nada”.



“O rei foi totalmente alijado da vida política pelo parlamento, como pedia uma das questões principais do documento assinado pelos partidos para conduzir o país a uma República”, assinalou Wagle.



Da mesma forma se manifestou o líder do Partido do Congresso, Bimalendra Nidhi, que assegurou que a emenda representa “uma decisão histórica, já que pela primeira vez o poder popular se vê fortalecido para decidir sobre a monarquia”, indicou.