Médico do MST formado em Cuba vai trabalhar para o movimento

Foi em Cuba que Joziano Macedo, de 29 anos, integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) aprendeu como melhorar a saúde no campo. Em 2000, conseguiu uma bolsa do governo cubano para cursar medicina no país. “Tinha segundo grau. Nunca tinha pe

“Na minha turma foram 14 e contando com os outros que não são do MST foram 90 médicos formados”, explicou. O jovem diz ser grato ao MST. “É um auto-agradecimento. Eu me considero tanto dirigente como militante dessa organização. Então a gente auto-agradece a nossa luta. Não teríamos conseguido nos formar em medicina, mas a nossa contribuição é com nossa causa revolucionária”, ressalta.



Ele diz que essa visão de trabalhar para o movimento deve estar sempre presente. “Atuar no movimento hoje não é só trabalhar educação e saúde. É construir um modelo de saúde para o campo. É estar inserido nos assentamentos e acampamentos para construir um modelo de saúde que chegue a nossa realidade”.



O fato de ter se formado em medicina em Cuba contribuiu ainda mais nessa visão de contribuir para a luta do país, no entendimento de Joziano. “A formação do médico em Cuba é o médico do novo tipo, porque ele não pensa no dinheiro, pensa na saúde da população”, diz.



“É um atendimento humanizado que sai da realidade burocrática, financeira. Sai do clientelismo da saúde e visa o ser humano como uma totalidade. Porque saúde não é o contrário de doença, é algo muito mais: é dignidade, é vida, é cultura, é lazer. Essa experiência que Cuba nos ensinou, que não está na faculdade brasileira, nos dá também mais elementos mais poder na hora da nossa ação diferenciar”, completou.



Atualmente Joziano não mora em assentamentos. “Eu não acompanhei nenhuma ocupação”, diz. Mas tem vontade de retornar a morar no campo com o movimento. “Eu não tenho terra, realmente eu sou sem-terra. Tenho vontade de voltar por ambas as causas, ideológica e pela realidade econômica, porque eu não tenho terra”.