Ensino em SP pede socorro
Vai de mal a pior a educação na capital paulista: faltam uniformes escolares para novecentas mil crianças, existem problemas na distribuição de leite, na segurança, as escolas de lata ainda persistem, diferente do prometido, e há déficit de vagas nas crec
Publicado 18/06/2007 19:10 | Editado 04/03/2020 17:19
A secretaria municipal de educação admitiu ao Jornal da Tarde a triste situação a qual estão submetidos os alunos do município.
A reportagem do JT, que também ecoou no Estadão, mostra que nem de longe o prefeito Gilberto Kassab está cumprindo os compromissos assumidos de privilegiar a educação. Para justificar o atraso na entrega dos uniformes, o secretário Alexandre Schneider culpou os recursos, que considera “abusivos”, movidos pelo Tribunal de Contas do Município e por empresas que se julgam prejudicadas no processo de licitação.
A secretaria municipal também culpa os fornecedores pelo calote na cota mensal de leite distribuído. são mais de um milhão de crianças prejudicadas, sendo duzentas mil apenas na zona norte. Aprender sob calor digno de sauna no Verão e frio intenso no Inverno ainda é realidade para mil e quinhentas crianças que estudam nas “escolas de latinha”, que perduram graças ao não cumprimento de outro compromisso assumido pelo governo municipal.
Outro problema está no desempenho do ensino. Estimativa da própria secretaria aponta que, em 2005, cerca de um terço dos estudantes na 3ª série ainda não estavam alfabetizados, ainda que o secretário aponte que este número recuou para 15 por cento.
Outros problemas crônicos ainda são identificados, como a falta de segurança nas escolas, devido à incapacidade de a Guarda Civil Metropolitana resguardar toda a rede. A resposta do governo não é aumentar o efetivo da GCM e seus recursos materiais, mas contratar vigilância privada, terceirizando a obrigação de zelar pelos próprios municipais. Muitos alunos ainda estão sujeitos a estudar em escolas depedradas ou em péssima situação de conservação. E há o déficit de vagas em creches , estimado em noventa mil.
O prefeito tenta passar responsabilidades às gestões anteriores, alegando que a situação da educação era pior. Os fatos presentes na reportagem falam por si e a educação pública municipal precisa de socorro.