Câmara de BH já demitiu 12 parentes

Pelo menos 12 parentes de oito vereadores contratados sem concurso público pela Câmara Municipal de Belo Horizonte já foram exonerados do cargo desde que o Ministério Público intensificou as investigações com o objetivo de pôr um fim ao nepotismo na Ca

    Em contrapartida, seis vereadores que assumem ter parentes no Legislativo afirmam que vão mantê-los até que haja uma decisão judicial. Hoje, termina o prazo fixado pelo MP para que os 41 vereadores apresentem a lista de todos os funcionários que possuem na Câmara, informando, obrigatoriamente, se algum deles é parente.


 


    Dentre os parentes até agora exonerados por oito vereadores de BH estavam esposa, filho, cunhado, irmão, irmã e neta. Nem todos os vereadores que encaminharam ofício ao presidente da Câmara, Totó Teixeira (PR), pedindo a exoneração de seus parentes, falam sem reservas sobre o assunto. O vereador Hugo Thomé, por exemplo, preferiu divulgar uma nota oficial na qual informa que sempre foi transparente e que decidiu demitir os parentes que trabalhavam para ele a pedido deles mesmos.


 


    Em entrevista à Imprensa, o vereador Balbino (PAN) garantiu que é contra o nepotismo, mas, ontem, fez publicar no DOM a exoneração de um parente que trabalhava no seu gabinete. Isto um dia depois de ter assegurado, também em entrevista aos jornalistas na Câmara, que não tinha qualquer funcionário trabalhando para ele e contratado pelo Legislativo. Conforme o vereador, um irmão, uma irmã e uma sobrinha que prestam serviço para seu gabinete receberiam, na verdade, do seu salário, ou seja, dos R$ 7.155 que percebe bruto por mês como vereador.


 


    Pela primeira documentação apresentada pela Presidência da Câmara ao MP, 11 dos 41 vereadores de BH declararam ter 17 parentes contratados em seus gabinetes. Dois vereadores _ Reinaldo Lima (PV) e Carlúcio Gonçalves (PR) _ sequer encaminharam documentação e se negaram a comentar o assunto, enquanto o vereador Balbino limitou-se a enviar uma lista genérica do serviço de Relações Humanas sem especificar quem seriam os parentes.


 


    Na avaliação do promotor de Defesa do Patrimônio Público, João Medeiros Silva Neto, além de incompleta, há omissão de informação na documentação apresentada pela Câmara ao MP envolvendo o nepotismo no Legislativo municipal. Com indícios de que o número de vereadores com parentes contratados pela Câmara seja maior do que o informado, o MP fixou, na última quinta-feira, um prazo de cinco dias para que os vereadores apresentassem a relação de servidores contratados a partir do gabinete, buscando identificar, inclusive, a prática do chamado nepotismo cruzado. No mesmo ofício, o promotor advertiu que, em caso de omissão ou incorreção referente aos dados, o vereador poderá responder a processos nas esferas civil e criminal.


 


Fonte: Jornal Hoje em Dia