Temer prega enfraquecimento dos partidos com o “Distritão”
O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), pretende encaminhar uma emenda introduzindo na reforma política o chamado “Distritão”. A proposta do neolulista, que acaba com o voto em partidos, ganhou fôlego depois das votações no plenário da Câmara ne
Publicado 29/06/2007 17:54
No sistema do “Distritão”, os vereadores, deputados estaduais e federais passam a ser eleitos individualmente, independente dos partidos. O voto nos partidos – voto de legenda – deixa de existir.
Proposta partidicista
Temer argumentou, ao fazer o anúncio nesta sexta-feira (29), que essa forma de eleição será melhor entendida pela população do que a lista fechada. Para ele, a “reforma dos políticos” somente acontecerá se for feita a reforma política.
Temer não explicou a contradição de um presidente de partido que encabeça uma proposição destinada, na prática, a acabar com o pouco que se possui de partidos politicamente estruturados no país. Consciente desse caráter partidicida do “Distritão”, ele argumentou que a proposta precisa vir junto com a fidelidade partidária.
Moka admite enfraquecimento
O deputado federal Waldemir Moka (PMDB-MS) apresentou-se nesta sexta-feira como outro defensor do “Distritão”, dizendo que ele tenta evitar o naufrágio da reforma política. “Na verdade, o que saiu fora da pauta foi o financiamento público de campanha. O restante será discutido e votado a partir de terça-feira (3)”, disse.
Moka destacou a proposta de Michel Temer. “A novidade é a seguinte, seriam eleitos neste sistema os mais bem votados, acabando com o voto de lengenda ou proporcional”, explicou, entusiasmado, o deputado. Ele confessou, porém, que isso enfraquece os já frágeis partidos brasileiros. “Por isso que seria importante a obrigatoriedade da permanência na legenda durante todo o mandato”, argumentou.
A brecha para as propostas antidemocráticas em torno da reforma política foi aberta na noite de quarta-feira (27). Foi quando o plenário da Câmara rejeitou, sucessivamente, as propostas de lista partidária flexível e de lista partidária fechada, ou pré-definida, esta defendida pelo relator Ronaldo Caiado (DEM-GO). A derrota da cláusula mais debatida da reforma política abriu caminho para as propostas de retrocesso no sistema político, a exemplo do “Distritão”.
Da redação, com agências