Deputado petista sugere mobilização para reforma política

O plenário da Câmara fez mais uma tentativa, sem sucesso, nesta quarta-feira (11), para votar a proposta da reforma política. As manobras regimentais dos partidos que não querem a reforma política impediram novamente, como aconteceu na semana passada,

O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Luiz Sérgio (RJ), avaliou que a reforma política está numa posição “de impasse”. No entanto, o líder está otimista e acredita que o debate pode ser retomado em agosto, na volta dos trabalhos legislativos. “Espero que o recesso parlamentar possa ser um período para desarmar os espíritos para que, no segundo semestre, possamos retomar o debate. Mas alicerçado em novas bases a partir do contato mais contínuo dos parlamentares com suas bases”, disse.


 


De acordo com Luiz Sérgio, a reforma política era um dos temas que se pretendia votar neste primeiro semestre. “Mas o plenário da Câmara está dividido entre aqueles que querem a reforma possível, e aqueles que defendem uma reforma ideal. Mas esse é o discurso para não se fazer reforma alguma”, considerou.


 


Luiz Sérgio acrescentou ainda que alguns deputados “buscam obstruir” as votações numa estratégia de lutar para aprovação do chamado voto distrital. “No meu entender, essa é uma proposta totalmente oposta ao que sempre defendemos. O voto distrital desfigura ainda mais a representação do Parlamento, porque transforma o deputado federal em um vereador do distrito. Principalmente o PT e outros partidos de esquerda que se unificam em torno de uma proposta política, de uma visão alicerçada na solidariedade e que, num processo de voto distrital, são muito prejudicados”, disse.


 


No entanto, Luiz Sérgio afirmou que o PT “vai insistir” no financiamento público de campanha. “A reforma política tinha dois eixos importantes: o financiamento público de campanha e a lista preordenada, sobre a qual não houve consenso e não foi aprovada. Mas ainda estamos insistindo para tentar conseguir pelo menos o financiamento público para as campanhas majoritárias (presidente da República, governador e prefeito), o que significaria um passo importante”, disse.


 


Na avaliação do líder do PT a reforma política representa um processo que ainda está no início. “O debate começou, mas ainda não conseguimos dar passos concretos. Não podemos, entretanto, descartar nenhuma possibilidade, até mesmo outros mecanismos, de mudar o sistema político-eleitoral. O que percebemos é que os parlamentares que estão aqui chegaram por estas regras já estabelecidas. Então, há sempre uma tendência um pouco corporativa na defesa dessas regras. Mas precisamos ter a ousadia de aperfeiçoar, renovar e criar novos mecanismos”, ressaltou Luiz Sérgio.


 


O líder do PT defendeu a participação da sociedade civil num amplo debate sobre a reforma política para que o processo possa avançar. “Os setores sociais organizados da sociedade debateram pouco a reforma política. É preciso que esses setores entrem mais decididamente no debate porque a reforma só vai avançar se tiver mobilização social e pressão da sociedade sobre o Parlamento”, disse Luiz Sérgio.


 


Agenda – O plenário da Câmara volta a se reunir às 9h desta sexta-feira. À tarde, haverá sessão de debates.


 


Fonte: www.pt.org.br