UNE alerta para o perigo da desnacionalização do ensino

A Estácio de Sá, maior universidade do Brasil com mais de 175 mil estudantes, vai comprar o Centro Universitário Radial, que tem cerca de 10 mil alunos. Além disso, vai também abrir seu capital, colocando ações à venda na Bolsa de Valores.

Informações não oficiais apontam que a transação entre as instituições de ensino está na casa dos R$ 60 milhões, enquanto a captação de recursos pela Bolsa pode alcançar os R$ 800 milhões. O processo ainda precisa ser aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para ter prosseguimento.

Para Lúcia Stumpf, presidente recém eleita da União Nacional dos Estudantes, “a abertura de capital das universidades ao investimento estrangeiro é muito nociva, pois o ensino pode não condizer com as necessidades brasileiras. A educação diz respeito, inclusive, à soberania nacional, não é uma simples mercadoria”. “As entidades estudantis repudiam a mercantilização do ensino, ainda mais com esse viés de desnacionalização. Por isso, um dos temas abordados pela UNE nas mobilizações programadas para agosto será a regulamentação do ensino privado e a adoção do limite máximo de 30 porcento de capital estrangeiro”, conclui Lúcia.

Os antecedentes corroboraram a visão da líder estudantil. A Anhanguera Educacional, primeira instituição a se lançar na Bolsa de Valores, teve 75% de suas ações adquiridas pelo capital estrangeiro, num alarmante processo de desnacionalização do ensino superior. Consultores educacionais apontam que a tendência para as ações da Estácio é seguir caminho semelhante.

Fernando Borgonovi, pelo Vermelho-SP, com agências