Aumenta violência em período eleitoral na Guatemala

Em relatório elaborado pela Procuradoria dos Direitos Humanos (PDH), constatou-se que a violência política aumentou na Guatemala no atual período eleitoral que o país atravessa. Já foram registrados 26 assassinatos de cunho político, enquanto que em 2003

O documento da PDH mostra que, apesar de ter diminuído o número de municípios que apresentam conflitos para menos de 65 em relação a 2003, os incidentes ou ataques contra candidatos ou simpatizantes dos partidos são muito mais graves. A diminuição registrada poderia anunciar um processo eleitoral menos conflitante, o que não está acontecendo realmente.


 



As estatísticas mostram que durante o ano passado e o primeiro semestre desse ano, ocorreram 61 incidentes violentos, resultando na morte de 26 pessoas. O Ministério Público está investigando 33% dos casos. A avaliação da Procuradoria prevê agressões em 35% dos municípios do país. Os municípios que apresentam um maior número de conflitos são: Masagua, em Escuintla; Guatemala, em Guatemala; Aguacatán, em Huehuetenango; La Libertad, em Petén, e Ixcán, em Quiché. O estudo revela que quanto maior a popularidade do partido, maior é o número de ataques. O partido Unidade Nacional da Esperança é o mais afetado, seguido pelo Partido Patriota e pela Grande Aliança Nacional.


 



Tendo em vista os resultados do relatório, a PDH, juntamente com a Igreja Católica e a Universidade de San Carlos, solicita que as autoridades competentes garantam as condições de segurança que permitam aos cidadãos exercer seu voto de forma livre. Para isso, há uma necessidade de estabelecer mecanismos de cooperação e informação interinstituicional. A entidade acredita que a proximidade do crime organizado com as disputas de poder tem sido uma das causas da violência. Por causa das ameaças, alguns partidos pensam na possibilidade de não apresentar algumas candidaturas a prefeitos, principalmente nos departamentos do oriente e do norte do país.


 


Outros motivos apontados como causa da violência são: inconformidade com alguns candidatos a prefeitos com passados obscuros; ausência de segundo turno para as prefeituras; distribuição duvidosa das juntas receptoras de votos, que já originaram problemas no passado, deixando a população alerta; erros nas listas de matrícula eleitoral por meio das atualizações, entre outros. O estudo levou em conta as denúncias recebidas pela PDH no país, além de documentação hemerográfica e estudos realizados em eleições passadas.


 


Na última terça-feira (10), à meia-noite, terminou o prazo para a inscrição dos partidos políticos que vão participar das próximas eleições, previstas para 9 de setembro de 2007. As disputas vão eleger as novas autoridades da presidência, do congresso e dos municípios. Até o dia anterior a data limite, apenas seis candidatos estavam inscritos oficialmente para disputar a presidência: Alvaro Colom, da UNE; Otto Pérez Molina, do PP; Alejandro Giamattei, da GANA; Luis Rabbé, do FRG; Fritz García Gallont do Partido Unionista e Mario Estrada da UCN. No dia 25 de julho, serão conhecidos os dados exatos dos candidatos inscritos legalmente, para que, no início do mês de agosto, já sejam impressas as cédulas que serão utilizadas.


 


Fonte: Adital