Por abuso sexual, Igreja deve R$ 1,2 bilhão a 500 pessoas

A Igreja Católica chegou a um acordo financeiro estimado em US$ 660 milhões (aproximadamente R$ 1,2 bilhão) com mais de 500 pessoas que alegam ter sido vítimas de abuso sexual por padres em Los Angeles, nos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo

Seria o maior pagamento já feito pela Igreja desde que surgiu o escândalo de abuso sexual envolvendo religiosos em 2002 — e elevaria o total de indenizações pago pela Igreja desde 1950, nos Estados Unidos, a US$ 2 bilhões (R$ 3,7 bilhões). Em carta enviada recentemente a seus paroquianos, o cardeal Roger Mahony disse que Igreja venderia prédios administrativos.


 


Também é considerada a venda de outras 50 propriedades para levantar fundos para o acordo. A diocese ainda não comentou o resultado das negociações, mas informou que integrantes da Igreja planejavam aparecer perante a corte na manhã da próxima segunda-feira.


 


Uma das supostas vítimas no processo, Steven Sanchez, disse estar ao mesmo tempo aliviado e desapontado com o resultado. “Eu estava emocionalmente pronto para levar a arquidiocese para a corte em menos de 48 horas, mas estou feliz que todas as vítimas vão receber uma compensação”, declarou.


 


“Espero que as vítimas encontrem algum tipo de conforto nesse processo”, agregou Sanchez. O advogado Ray Boucher afirmou que o acordo também pedia a divulgação de arquivos pessoais confidenciais dos padres. “A transparência é parte fundamental disso”, disse Boucher.


 


Para David Clohessy, diretor da Rede de Sobreviventes a Abusos Cometidos por Padres, apesar do valor recorde do acordo, dinheiro não era o objetivo principal das vítimas. “Nunca é uma questão de dinheiro. As vítimas querem conforto, prevenção, conclusão, prestação de contas.”


 


Desde 2002, cerca de mil pessoas entraram com ações contra a Igreja Católica só no estado americano da Califórnia. Em fevereiro de 2004, um relatório encomendado pela própria Igreja concluiu que mais de 4 mil padres católicos nos Estados Unidos tinham sido acusados de cometer abuso sexual nos últimos 50 anos.