EUA anunciam conferência sobre Oriente Médio
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou na segunda-feira (16) que o governo de seu país pretende organizar uma conferência de paz para o Oriente Médio, que será presidida pela secretária de Estado, Condoleezza Rice.
Publicado 17/07/2007 12:58
Segundo o chefe da Casa Branca, na reunião, prevista para o início da primavera deste ano, se espera a participação do ex-primeiro ministro britânico Tony Blair, delegados de Israel, autoridades palestinas e de vários países árabes.
Bush disse, durante o anúncio, que os palestinos e seus vizinhos árabes “podem fazer muito” para ajudar a reviver os planos de paz para o Oriente Médio.
No entanto, Bush não conclamou Israel a terminar seus 40 anos de ocupação da Palestina, dizendo somente que “postos de controle não autorizados devem ser removidos e o assentamento de novas colônias seja encerrado”.
Condições para a paz
Bush contou que “o mundo pode fazer mais para construir condições para a paz”, insistindo em que Condoleezza ocupe a chefia da conferência, que deverá ser limitada somente àqueles que apóiem a criação de um Estado palestino, “rejeitem a violência” e reconheçam a legalidade do Estado de Israel.
Factóide político
De acordo com analistas citados pelo diário Baltimore Sun, com a convocação o presidente americano tenta demonstrar que a situação dessa área do planeta é uma prioridade para sua administração.
Porta-vozes da Casa Branca aconselharam o presidente a fazer um factóide de efeito político, que relembrasse a cúpula realizada em Madri em 1991, que também aspirava a iniciar um processo de distensão para o Oriente Médio.
O projeto foi revelado na mesma semana em que delegações da Rússia, União Européia e Nações Unidas se reunem em Lisboa, na primeira tentativa de entendimento sobre o mesmo tema.
Hamas rejeita factóide
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) rejeitou nesta terça-feira a proposta de Bush. Um dos porta-vozes do movimento classificou a proposta de “parte da campanha dos EUA para apoiar o presidente palestino Abbas contra a legitimidade que o Hamas desfruta na Palestina”.
Sami Abu Zuhri disse que “as promessas de Bush de trabalhar para a construção de um estado palestino são falsas e têm como objetivo enganar e anestesiar a opinião pública palestina”.
“O Hamas repete sua recusa em reconhecer a ocupação ou renunciar à resistência, como deseja Bush”, disse o representante do movimento.
Cruzada de Bush
Abu Zuhri também conclamou o mundo árabe muçulmano a “apoiar a Palestina diante da cruzada conduzida por Bush”.
Ismail Radwan, outro porta-voz do Hamas, disse em Gaza que “a conferência levará a aumentar a pressão contra Mahmud Abbas e separar a Faixa de Gaza mais ainda da Cisjordânia, ao mesmo tempo que tentará dividir mais ainda os palestinos”.