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Para Irã, EUA não estão em condições de atacá-lo

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, disse a uma revista alemã que os Estados Unidos têm muitos problemas no Iraque para se envolver em um conflito armado contra o Irã.

Uma ação militar é muitas vezes discutida em Washington como opção para tentar impedir o que o país vê como campanha do Irã para desenvolver armas nucleares.


 


 


Mas, segundo o chanceler iraniano, os EUA “não estão em posição de entrar em um novo conflito militar”. As declarações foram dadas em uma entrevista a ser publicada na revista Focus.


 


 


“Cento e setenta mil soldados norte-americanos não conseguem garantir sua própria segurança nem a do Iraque”, disse ele.


 


 


Os EUA e seus aliados afirmam que o programa de enriquecimento de urânio realizado por Teerã é destinado à produção de armas nucleares, mas o Irã insiste que ele é puramente voltado à geração de energia para fins pacíficos.


 


 


Ajuda aos inimigos


 


 


Neste sábado (28), os jornais The New York Times e Washington Post informaram que o governo do presidente George W. Bush está disposto a entregar grandes cargas de armamento avançado a seus aliados no Oriente Médio, inclusive a Arábia Saudita, para fazer frente ao crescente poderio militar do regime xiita no Irã.


 


 


Citando “funcionários de alto nível”, os dois jornais afirmaram que o governo vai propor na próxima semana ao Congresso a venda de armas à Arábia Saudita e outros cinco países que integram o Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, no valor de US$ 20 bilhões.


 


 


Ao mesmo tempo, segundo o Washington Post, a ajuda militar a Israel e Egito aumentará nos próximos 10 anos, chegando a US$ 30,4 bilhões para Israel e US$ 13 bilhões para o Egito. O New York Times disse que o valor da ajuda militar proposta para Israel supera em US$ 9,1 bilhões (43%) o da última década.


 


 


 


Um “alto funcionário” explicou ao jornal que era preciso substituir o material bélico gasto no conflito contra o Hezbollah, há um ano, no sul do Líbano. Além disso, Israel precisaria manter a vantagem em armamento avançado sobre seus vizinhos.


 


 


As fontes dos dois jornais afirmaram que o propósito geral da iniciativa era resistir ao poder e à influência do Irã no Oriente Médio. Os funcionários consultados pelo Post disseram que “o fim comum dos acordos de ajuda militar e das vendas de armas é reforçar os países pró-ocidentais contra o Irã, num momento em que o regime de linha dura iraniano procura estender seu poder”.


 


 


Capacidade militar


 


 


Para evitar o início de uma corrida armamentista no Oriente Médio, funcionários dos departamentos de Estado e de Defesa insistiram, em declarações ao Times, que “o acordo sobre armas em grande medida é uma resposta à melhora na capacidade militar do Irã e ao seu programa nuclear”.


 


 


As propostas serão anunciadas na segunda-feira, segundo o Washington Post. No mesmo dia, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, e o secretário de Defesa, Robert Gates, iniciarão uma visita de três dias à região.


 


 


Além da Arábia Saudita, as ofertas de armas poderão beneficiar Barein, Kuwait, Omã, Catar e Emirados Árabes Unidos. Os Estados Unidos vão oferecer principalmente sistemas de defesa aérea e antimísseis, e equipamentos mais avançados para as Marinhas e Forças Aéreas, segundo o New York Times.


 


 


O jornal informou ainda que Israel pediu aos Estados Unidos que não vendam à Arábia Saudita bombas guiadas por satélite, que poderiam ser lançadas contra o território israelense. Em resposta, Washington prometeu impor a Riad restrições sobre o posicionamento das armas guiadas por satélite.


 


 


A iniciativa, segundo os analistas dos dois jornais, será polêmica. A previsão é de resistências no Congresso. O argumento da Casa Branca será de que muitos países árabes já estão negociando com outros possíveis fornecedores.


 


Da redação,
com agências