Premiê japonês sofre derrota nas eleições para o Senado
O partido no poder no Japão sofreu uma pesada derrota nas eleições para o Senado, perdendo a maioria que detinha na câmara alta do Parlamento (Dieta). Apesar do mau resultado, o primeiro-ministro, o conservador Shinzo Abe, garantiu que não se irá demitir.
Publicado 29/07/2007 12:40
Segundo uma projeção divulgada pela televisão pública NHK, o Partido Liberal Democrata (PLD) e os aliados da pequena formação budista Novo Komeito, deverão conseguir eleger entre 31 a 43 dos 121 lugares no Senado hoje em disputa.
Dando conta de uma “derrota histórica”, a estação privada TBS não atribuiu à coligação no poder mais de 34 lugares, enquanto a Nippon Television prevê a eleição de 38 senadores.
Nas eleições de hoje estavam em jogo metade dos 242 assentos no Senado (os senadores são eleitos para mandatos de seis anos e as eleições decorrem de forma alternada a cada três) e o PLD precisava manter pelo menos 64 dos 76 que detinha até agora para conservar a maioria na câmara.
Esta é a primeira vez em nove anos que os conservadores – que governam o país quase sem interrupções à 50 anos – perdem a maioria numa das duas câmaras da Dieta, apesar de manterem um controlo esmagador na câmara baixa, a mais poderosa das duas instituições.
Em contrapartida, os centristas do Partido Democrático do Japão (PDJ), a principal força da oposição poderá ter duplicado o número de senadores, passando dos atuais 32 para 60.
Confrontado com o seu primeiro veredicto popular – Abe sucedeu na chefia do Governo ao popular Junichiro Koizumi, em Setembro do ano passado –, o primeiro-ministro já garantiu que não se irá demitir, seja qual for a dimensão da derrota.
Em teoria, Abe pode continuar a governar até 2009, graças à maioria que detém na câmara baixa, com poder para aprovar leis mesmo depois de vetadas pelo Senado, mas os analistas prevêem que uma Dieta dividida irá dificultar o trabalho de um Governo cada vez menos popular.
Os escândalos que obrigaram ao afastamento de três ministros, a falta de experiência e de autoridade do mais jovem primeiro-ministro a governar o Japão desde a 2ª Guerra Mundial e a hostilidade com que o seu programa nacionalista foi recebido pelos eleitores fizeram descer a popularidade do Governo para níveis históricos.
Fonte: Público (Portugal)