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Uribe briga com judiciário para garantir impunidade de paramilitares

O presidente colombiano, Alvaro Uribe, em uma tentativa de salvar seu “acordo de paz” com os paramilitares criminosos de direita, ofereceu neste fim de semana um projeto que daria aos combatentes desmobilizados o direito de concorrer em eleições.

 


A medida tenta evitar que uma decisão da Suprema Corte não termine inviabilizando um acordo considerado pelo presidente como o maior passo para terminar com a longa guerrilha colombiana.


 


Mais de 31 mil paramilitares entregaram suas armas nos últimos três anos, em troca de sentenças reduzidas para crimes que vão de tortura a massacres.


 


O pacto baseou-se na idéia de que os combatentes seriam acusados não de crimes comuns, mas de sedição, como ocorreu com ex-guerrilheiros de esquerda no passado. A estratégia evitaria que os paramilitares fossem julgados por tráfico de cocaína e preservaria o sonho de muitos deles de concorrer a um cargo público.


 


No entanto, por que os milicianos nunca tentaram derrubar o governo e inclusive trabalharam juntos com setores do Exército no combate aos guerrilheiros, a Suprema Corte decidiu no início deste mês que a acusação de sedição não pode ser aplicada aos paramilitares.


 


O presidente, durante o fim de semana, chamou de contraditória a decisão de permitir ex-combatentes rebeldes no Congresso e proibir os paramilitares de fazer o mesmo.


 


Uribe, líder conservador, que nega acusações de que simpatiza com a causa paramilitar, afirmou que a corte é “ideologicamente parcial” e propôs uma garantia de direitos políticos para ex-paramilitares não envolvidos diretamente em atrocidades.


 


A corte divulgou um comunicado em que classificou o comentário do presidente como “uma forma de censura grave e perigosa”.


 


No fim de semana, Uribe apareceu em programas de TV para apoiar a sua proposta de dar direitos políticos aos paramilitares.


 


Fonte: Reuters