Vaiado, César Maia prova do próprio veneno no final do Pan
O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (DEM) provou do próprio veneno ao ser vaiado na cerimônia de encerramento dos 15º Jogos Pan-Americanos, neste domingo (29). A vaias dirigidas a César Maia ocorreram quando o presidente da CO-Rio, Carlos Arthur N
Publicado 29/07/2007 22:01
Maia foi acusado de osquestrar as vaias dirigidas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia de abertura dos jogos. O próprio prefeito assumiu a culpa ao ajudar a divulgar, em seu ex-blog, a venda pela internet de camisas com os dizeres “Eu vaiei o Lula no Pan”.
A newsletter de Cesar Maia indica um link que permitia ao usuário personalizar a estampa da camisa, podendo escolher entre os modelos com a imagem de Cauê (mascote do Pan) ou com a logomarca da competição. As duas custam R$ 19,90.
Lacerdismo imbecil
Além da completa falta de senso político e de decoro do prefeito do Rio, esta “iniciativa” de César Maia ridiculariza a própria prefeitura, já que a adminstração de Cesar Maia ordenou uma violenta repressão contra vendedores ambulantes que comercializavam camisetas e outros materiais não oficiais com o símbolo dos jogos. A simples divulgação, por parte do prefeito da cidade anfitriã do Pan, de produtos “piratas” com os símbolos dos jogos pode ser tipificada como crime.
Cesar Maia tanto sabe disso que dias depois de ter divulgado a venda das camisetas, os autores do site Camisas Online se apressaram para retirar os símbolos dos jogos das estampas das camisetas.
Mas os vestígios de crime envolvendo o Pan e o prefeito do Rio podem se estender para itens bem mais sérios do que camisetas-símbolos do lacerdsimo imbecil do chamado “prefeito virtual”, que ganhou este apelido por preferir administrar a cidade a partir do computador.
Paira sobre a administração de Cesar Maia sérias suspeitas de superfaturamento, favorecimento a empresas e mau uso de verbas públicas na construção de obras destinadas aos Jogos Pan-Americanos.
O orçamento incial para os jogos era de de R$ 691.013.912, conforme publicado no Diário Oficial em 25 de novembro de 2005. Mas o custo da competição pode chegar a R$ 4 bilhões. Os principais “engolidores de recursos” foram justamente as obras que ficaram sob responsabilidade direta da prefeitura do Rio. A própria realização dos jogos ficou comprometida alguns meses antes do início do Pan e o governo federal precisou socorrer a prefeitura para garantir que as estruturas dos jogos ficassem prontas a tempo. Até maio do ano passado, o único local de competição administrado pelo governo federal era o Complexo de Deodoro. Nos 10 meses seguintes, caíram no colo do Planalto a montagem da pista do velódromo, a estrutura viária, o tratamento fluvial da Vila do Pan e a instalação de equipamentos no Macaranã e no Maracanãzinho. Tudo por causa da inoperância da prefeitura do Rio, que foi incapaz de cumprir os prazos inicialmente estabelecidos.
Por causa das suspeitas de desvio de verbas por parte da prefeitura, vereadores criaram uma CPI na Câmara Municipal do Rio para investigar o uso dos recursos do Pan. A comissão deve ser instalada ainda neste mês de agosto. “Coisas da oposição”, resmungou Cesar Maia ao ser informado desta determinação dos vereadores.
A Câmara dos Deputados, em Brasília, também está discutindo a proposta de criar uma CPI para investigar o uso dos recursos destinados ao Pan. Curiosamente, um dos únicos deputados do DEM a assinar o pedido de CPI foi o filho do prefeito Cesar Maia, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que não teve vergonha de afirmar que assinou o pedido pois o autor do requerimento, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), garantiu que só os gastos do governo federal seriam investigados.
Da redação,
com agências