Conac enfrenta empresas e anuncia redução de vôos em Congonhas
O Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) decidiu reduzir 151 vôos diários como medida para desafogar o Aeroporto de Congonhas, onde, no dia 17, aconteceu o maior acidente da aviação brasileira, quando um Airbus A320 da TAM não conseguiu frear e col
Publicado 30/07/2007 21:48
A redução seria feita sobre o total de 712 vôos autorizados diariamente hoje em Congonhas. O remanejamento é a implementação da diretriz geral adotada na primeira reunião do Conac, quando ficou decidido que Congonhas não seria mais um terminal de conexões e escalas, mas, sim, origem e destino de vôos “ponto-a-ponto”.
As informações foram dadas pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, em entrevista coletiva após a reunião de hoje (30) do conselho.
Uma das resoluções editadas pelo órgão hoje determina que o aeroporto central da capital paulista vai atender apenas vôos diretos, sem escalas, dentro do limite máximo estabelecido pelo Conac de duas horas de vôos. Assim, Congonhas passará a receber vôos e a ter decolagens somente para os aeroportos de Brasília, Confins (MG), Galeão (RJ), Santos Dumont (RJ), Vitória (ES), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Foz do Iguaçu (PR), Campo Grande (MS) e interior do Estado de São Paulo.
A decisão foi tomada à revelia da vontade das empresas aéreas que, por razões mercantis, nunca aceitaram a diminuição do número de vôos em Congonhas. As companhias aéreas insistem em operar a maioria dos vôos no aeroporto, transformado em 'hub' (centro de conexões), porque querem reduzir custos e acreditam que os passageiros têm preferência por embarques e desembarques na região central de São Paulo.
Cumbica e Jundiaí absorverão demanda
Já o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, opera com capacidade ociosa de 683 vôos por dia, segundo o ministro. Por isso, o aeroporto tem capacidade para receber linhas que partiam de Congonhas, sem haver sobrecarga, disse Jobim.
O conselho estabeleceu ainda novas diretrizes para otimizar o fluxo de passageiros no aeroporto de Viracopos, em Campinas (95 km a noroeste de São Paulo). O Conac também determinou que sejam transferidos de imediato de Congonhas para o aeroporto de Jundiaí (SP) os vôos particulares –que não incluem a aviação civil.
O conselho estabeleceu o prazo de 20 de outubro de 2007 para que os terminais de Guarulhos e Viracopos tenham um novo “layout” capaz de abrigar um maior fluxo de passageiros. Em 30 dias, a Infraero também terá que apresentar estudo para ampliar a capacidade operacional dos dois aeroportos.
A estatal terá de avaliar a necessidade de contratar empresas para a fabricação de salas de embarque pré-fabricadas ou modulares para a acomodação dos passageiros. “Lembrem-se do Santos Dumont (RJ). Se houver necessidade, nós poderíamos acumular passageiros em salas de embarque provisórias até a elaboração do terminal de Guarulhos”, disse Jobim.
Até o dia 31 de dezembro, segundo o Conac, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), terão de executar medidas que permitam a transferência total da aviação geral (particular) de Congonhas para Jundiaí.
“Aviação geral são aviões fretados e pequenos jatos que ocupam dez slots [pousos e decolagens] em Congonhas. Vamos reduzir para três slots por hora na aviação geral, o que importa nessa transferência para Jundiaí. Essa transferência tem condições de se iniciar logo”, disse o ministro.
O Conac também decidiu utilizar o aeroporto de Brasília para desafogar parte do tráfego aéreo de Congonhas –no que diz respeito especialmente a vôos do Norte e Nordeste do país.
Da redação,
com agências