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UJS de Campos (RJ) protesta na Câmara de Vereadores

Um protesto de estudantes por mais investimentos na educação, liderado pela União da Juventude Socialista (UJS), marcou o primeiro dia do Seminário “Educação se avalia?”, que foi realizado nos dias 24 e 25 na Câmara de Vereadores de Campos (RJ). O evento,

A União da Juventude Socialista (UJS) reuniu cerca de 30 jovens que compareceram no plenário vestidos de preto e com faixas e cartazes distribuíram um manifesto intitulado “Estudantes em Luto pela Educação” (veja o texto abaixo). O objetivo foi chamar a atenção da população e das autoridades para a situação da educação no município.


 


O presidente da UJS, André Lacerda, disse que o ato foi um protesto e também um momento em que os estudantes apresentaram soluções para que a educação do município deixe de ser a pior do estado, de acordo com dados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).


 


“É espantoso que Campos tenha o pior ensino do estado com nota 2,9, sendo uma das cidades mais ricas do país. Só a verba destinada para a educação este ano gira em torno de R$ 125 milhões, cerca de 11% do total do orçamento do município, que é de quase R$ 1,2 bilhão. Não falta dinheiro para a educação, o que falta é investir corretamente os recursos”, disse André.


 


A UJS acredita que é necessário investir em infraestrutura, bibliotecas, laboratórios de informática e em um programa público municipal de ensino integral, onde os estudantes possam praticar esportes, cursar informática e aprender um novo idioma fora do horário de ensino regular. Dados do INEP, órgão do Ministério da Educação, apontam que apenas 36% das escolas públicas municipais e estaduais de Campos possuem bibliotecas, 26% possuem laboratórios de informática e 31% possuem quadra de esportes.


 


Outro assunto abordado foi o ProCampos, programa municipal de incentivo à bolsa universitária. Segundo a UJS, o que deveria ser um importante instrumento de democratização de acesso ao Ensino Superior, não obedece qualquer critério. Durante o evento, eles exigiram mais transparência na distribuição de bolsas e a divulgação da quantidade repassada a cada instituição de ensino.


 


Leia abaixo o Manifesto da UJS. 


 


Manifesto “Estudantes em luto pela educação”


 


É com muito pesar que a União da Juventude Socialista vem alertar o povo campista e a opinião pública para a situação que se encontra a educação em nosso município. É espantoso que Campos tenha o pior ensino do estado com nota 2,9, segundo o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), sendo uma das cidades mais ricas do país. Só a verba destinada para a educação no município, este ano, gira em torno de 125 milhões de reais, cerca de 11% do total do orçamento do município que é de quase 1,2 bilhão de reais. Dinheiro suficiente para impedir que Campos estivesse nessa posição!


 


Esse dinheiro precisa ser investido maciçamente na melhoria do ensino, na capacitação dos profissionais, na infra-estrutura das escolas. Segundo dados do INEP/MEC, apenas 36% das escolas públicas (municipais e estaduais) de Campos possuem bibliotecas, 26% possuem laboratórios de informática e 31% possuem quadra de esportes. Analisando somente as escolas municipais, a situação se piora e os dados ficam, respectivamente, em 20%, 27% e 17%.


 


A UJS entende que é de extrema importância a criação de um programa público municipal de ensino integral, que dê oportunidade à criança e ao jovem de aprender um novo idioma, ter aulas de informática e praticar esportes, no turno em que não estiverem na sala de aula. É preciso usar o dinheiro público com eficiência, ampliando e construindo novas bibliotecas, laboratórios de informática e quadra de esportes; investindo na capacitação profissional dos professores e melhorando a sua remuneração; ampliando os programas de assistência estudantil e garantindo a manutenção do transporte gratuito através do passe-livre. A eficiência no gasto público e a participação democrática da sociedade perpassa pela escolha dos diretores das escolas através de eleição direta com o voto paritário de professores, funcionários e estudantes, acabando com o simples “critério” de indicação política.


 


Além disso, é preciso dar aos estudantes que terminam o Ensino Médio a oportunidade de cursar uma faculdade. O ProCampos, programa de incentivo à bolsa universitária da Prefeitura de Campos, deveria ser um importante instrumento de democratização do acesso ao Ensino Superior. Porém, a falta de critérios para a distribuição das bolsas impede que isso aconteça. É preciso acabar com a elitização na distribuição das bolsas, concedendo os benefícios a quem realmente necessita, estabelecendo critérios de seleção que priorize alunos oriundos da rede pública, estudantes de baixa renda e profissionais de educação da rede pública que queiram se capacitar. É nítida também a falta de critérios para a distribuição das oito mil bolsas do Programa entre as instituições de ensino conveniadas. O ProCampos precisa ser regimentado e ganhar mais transparência, inclusive com a divulgação do número de bolsas concedidas por instituição e o valor repassado a cada uma delas, para, assim, se tornar realmente um bom programa de inclusão social.


 


Assim como o ProCampos, o programa de bolsas do ensino básico passa pelos mesmos problemas e precisa, também, ser regimentado e ter critérios de seleção estipulados, para que os 5,8 milhões gastos com o programa sejam bem aplicados. 


 


A UJS se preocupa com o atual quadro da educação em Campos e por isso reivindica soluções para reverter esse quadro e ressuscitar o bom ensino público!


 


Fonte: Vermelho RJ