Demissão de metroviários é ato arbitrário de Serra!
Em nota pública, o Sindicato dos Metroviários responde ao ato antidemocrático e truculento do governo de José Serra que, em retaliação ao movimento de reivindicação dos metroviários que resultou em greve, demitiu 61 trabalhadores. A postura é mais uma dem
Publicado 07/08/2007 16:30 | Editado 04/03/2020 17:19
Em uma atitude de retaliação, o governo do Estado e o Metrô anunciaram na imprensa a demissão de 61 metroviários, alegando mau desempenho destes profissionais, o que criou um clima de revolta e terrorismo incompatível às mínimas condições necessárias para que os metroviários prestem seus serviços.
Ocorre que, estes trabalhadores, em sua absoluta maioria, possuem mais de 15 anos de serviços prestados à população e, depois da greve dos dias 2 e 3 de agosto, simplesmente deixaram de ser considerados eficientes.
Constantemente, pesquisas de opinião pública conferem ao metrô, índices de aceitação em torno de 95%, ficando à frente de serviços públicos como dos bombeiros, correios e Poupa Tempo. Esta qualidade está vinculada à dedicação e empenho dos metroviários em prestar o melhor serviço possível à população.
Posição sobre a proporcionalidade da PR e demissões
O Sindicato e os metroviários consideram injusto o pagamento da Participação nos Resultados de forma proporcional, pois todos os funcionários do Metrô têm o seu devido valor. Cada um deles desempenha um papel determinante para que a empresa tenha bons resultados e não é justo que pessoas que têm cargo de confiança e de chefia tenham uma PR até cinco vezes superior a dos metroviários que trabalham nas estações, segurança, manutenção etc. Afinal, se não fossem estes trabalhadores, o sistema metroviário não funcionaria tão bem como funciona.
Na opinião do sindicato, a retaliação do governo do Estado e Metrô é antidemocrática, anti-sindical e contra a organização dos trabalhadores. Tem a clara intenção de ferir o direito constitucional de greve e intimidar os metroviários a não mais se mobilizarem em defesa de seus direitos, afetando também o direito da população por um transporte digno, de qualidade, seguro e com tarifas acessíveis.
A greve
Desde março, os metroviários vêm tentando negociar a Participação nos Resultados (PR) relativa ao período de janeiro a dezembro de 2007. Apesar das várias tentativas, a empresa se negou a abrir um processo de negociação, impedindo a discussão de valores, metas e pagamentos. Há que se ressaltar também que, em 14/6, o Metrô se comprometeu, por escrito, a negociar e celebrar o acordo da PR até 23/7.
A negociação não ocorreu e, no dia 23/7, a empresa apresentou uma proposta que estabelecia valor menor que o pleiteado, pagamento somente em fevereiro de 2008 e estabelecimento de proporcionalidade, conferindo aos salários mais altos, valores substancialmente maiores, bem como metas inatingíveis.
Metroviários resistirão
O Sindicato e a categoria não aceitam esta retaliação e, com o objetivo de barrar as demissões, realizarão uma assembléia nesta quarta-feira, 08/8, às 18h30, na sede do Sindicato.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metroviários de SP