Prioridade dos metroviários é a defesa dos demitidos
Metroviários reunidos em assembléia na noite desta quarta-feira, 8/8, deliberaram pela suspensão imediata da realização de horas extras, pelo cumprimento rigoroso dos procedimentos operacionais e a não realização de “quebra galho” para resolver problemas
Publicado 09/08/2007 17:16 | Editado 04/03/2020 17:19
Estas são algumas das várias medidas que poderão ser tomadas com o objetivo de expor à sociedade a precariedade das condições de trabalho impostas aos metroviários, mas que acabam não chegando ao conhecimento da população, em virtude da competência, dedicação e esforço destes trabalhadores para fazer o sistema funcionar.
A categoria rejeitou a proposta de Participação nos Resultados (PR) feita pela empresa, que manteve a proporcionalidade, e deixou claro que, agora, a prioridade é a reversão das conseqüências da retaliação do Metrô e governo Serra, que demitiram 61 metroviários por terem participado da greve dos dias 2 e 3 de agosto, alegando que os mesmos não prestam bons serviços para a empresa.
Ato público
O Sindicato dos Metroviários e de diversas outras categorias, junto com as centrais sindicais e entidades da sociedade civil organizada, também estão organizando um ato com passeata pelo direito de greve, contra as demissões, contra a discriminação dos movimentos sociais e em defesa dos serviços públicos.
A data, local e horário desta manifestação ainda estão sendo discutidos.
Aumenta o apoio aos metroviários em todo o Brasil
Nos âmbitos federal, estadual e municipal há concordância sobre a idéia de que são injustas as multas e penalidades impostas pelo TRT à categoria metroviária, bem como as demissões de 61 metroviários que utilizaram um instrumento legal para garantir seus direitos. Por isso, a sociedade civil organizada realizará um ato público com passeata contra as demissões no Metrô, pelo direito de greve e valorização dos serviços públicos
Na manhã desta quarta-feira, 8/8, a comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara Federal dos Deputados aprovou, por unanimidade, uma moção de solidariedade e apoio aos trabalhadores demitidos e de contestação ao governo do Estado de São Paulo. Esta comissão se manifestou pela imediata readmissão dos metroviários demitidos, por considerá-las injustas e uma forma de intimidação dos trabalhadores.
Ainda no âmbito federal, foi deliberado que um grupo de parlamentares desta Comissão solicitará uma audiência com o governador Serra para tratar sobre as demissões dos metroviários.
Na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, as comissões de Serviços e Obras e Viação e Transporte também providenciarão audiências públicas para tratar sobre a retaliação aos metroviários.
Outra iniciativa que será tomada é a formação de uma comissão parlamentar em defesa do Metrô, para debater com a sociedade e parlamentares sobre a importância da defesa e valorização do Metrô público e estatal, com controle social.
Mobilização e organização em São Paulo
Nesta mesma quarta-feira, 8/8, diversas entidades e centrais sindicais estiveram reunidas na sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo para prestar solidariedade à categoria metroviária, reforçar sua disposição de luta pelo direito de greve, contras as demissões e valorização dos serviços públicos e, como conseqüência, organizar uma frente de resistência à política de desmonte das empresas públicas, presente no estado de São Paulo há mais de uma década.
É unânime entre estes trabalhadores a opinião de que o governo Serra e o Metrô tomaram uma medida de retaliação ao demitir 61 metroviários depois da greve realizada nos dias 2 e 3 de agosto.
Também há consenso de que esta ação do governo estadual e Metrô não tem o objetivo de atingir apenas os metroviários, mas todos os trabalhadores. Isso porque, para eles, ficou claro que o governo e Metrô querem nivelar por baixo os direitos dos trabalhadores, levando-os a raciocinar que devem combater os direitos dos metroviários e não lutar para que os seus direitos também sejam reconhecidos.
Seguindo esta lógica, a valorização dos serviços públicos se destaca como uma das principais bandeiras do movimento social, já que a qualidade da prestação dos serviços à população está diretamente relacionada às boas condições de trabalho dos empregados.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metroviários de SP