Marcha das Margaridas é realizada em Manaus
Trabalhadoras rurais e representantes do movimento de mulheres no Amazonas uniram força hoje (13/08) na realização da “Marcha de Margaridas”, com objetivo de despertar a sociedade e o governo para atende
Publicado 13/08/2007 20:13 | Editado 04/03/2020 16:13
A vereadora Lucia Antony esteve no início da passeata representando o legislativo municipal e disse que a marcha é um movimento histórico das mulheres camponesas de todo o Brasil e uma data aonde todas vão as ruas reivindicar seus direitos. “Com esta mobilização as mulheres camponesas conseguiram na década de 40 serem consideradas trabalhadoras rurais, até então elas não eram reconhecidas como trabalhadoras e não tinham direito a aposentadoria. Depois veio a luta para que as mulheres tivessem direito a titularidade da terra”.
Lucia acrescentou que “hoje a Marcha das Margaridas é para garantir melhores condições de vida no campo, com direito à saúde, educação, estradas vicinais e ampliação do programa ‘Luz para Todos’ para melhorar a vida da população que mora no campo”.
Para a coordenadora regional da União Brasileira de Mulheres (UBM), Vanja Santos, a participação da militância na marcha se dá pela compreensão das dificuldades que passam as trabalhadoras camponesas. “Aqui a mulher tem problema de formação, no interior mais ainda. Nesse momento a gente vem aqui fortificar essa luta das mulheres do campo que hoje se integram numa marcha por trabalho, por terra, por mais direitos sociais e contra a violência”.
A Marcha das Margaridas, além de um ato político de reivindicação, é considerada importante marco na trajetória de lutas sindical e feminista, pois traduz o crescente amadurecimento político da organização das mulheres trabalhadoras rurais no Brasil. A primeira Marcha ocorreu em 2000 e a segunda em 2003.
Em Brasília, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Agrícolas (Contag) realiza a Marcha das Margaridas, nos dias 21 e 22 de agosto, com expectativa de reunir 50 mil pessoas. O nome da mobilização se deu em homenagem a ex-líder sindical Margarida Alves que foi assassinada em 1983, na porta de sua casa, por latifundiários do Grupo Várzea, na cidade de Alagoa Grande, Paraíba.
Em Manaus, o evento é conduzido pela Federação dos Trabalhadores Agrícolas (Fetagri) e a nível nacional pela Contag, com a colaboração de entidades do movimento feminino, como a UBM. “O grande objetivo é fazer essa articulação não só com as trabalhadoras rurais, mas mostrar para a sociedade a importância do trabalho e a importante da presença das mulheres”, disse o assessor de políticas agrícolas da Contag, Ronaldo Ramos.
A manifestação pacífica partiu ao som do coro: “eu vou, eu vou atender o chamado do trabalhador. Contag vem cá vem mostrar sua força e seu caminhar.”
De Manaus,
Cinthia Guimarães