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Cúmplices de Posada Carriles são soltos em El Salvador

Se os tribunais continuarem com a mesma complacência, Francisco Antonio Chávez Abarca, conhecido como “o Barrigudo”, principal cúmplice do terrorista internacional Luis Posada Carriles em El Salvador, hoje detido por ser chefe de uma gangue “especializada

Miriam del Carmen Urbina, uma empregada da Divisão de Proteção ao Transporte da polícia salvadorenha, e três delinqüentes ligados à organização de ladrões acabam de ser libertados por um tribunal de San Salvador, num julgamento relâmpago em que o juiz se absteve de estudar a maioria das evidências reunida durante a investigação policial.



Há poucos dias, o próprio Chávez Abarca conseguiu manter-se fora desses procedimentos graças a uma estratégia de último minuto, quando anunciou ao tribunal que tinha rejeitado seu advogado e que seu novo defensor tinha que “estudar” o dossiê.



O chefe da gangue foi separado então do julgamento que ia começar para outro tribunal o julgar.
Chávez Abarca é um bandido salvadorenho e foi braço direito de Luis Posada Carriles nos atentados de Havana, em 1997. Nunca foi acusado em seu país, sendo cúmplice nesta campanha de terror que, não só contribuiu para sua organização, mas também veio a Havana para perpetrar dois atentados.



Julgamento relâmpago



Os quatro indiciados haviam sido formalmente vinculados a Chávez Abarca e sua gangue, mas foram absolvidos pelo Terceiro Tribunal de Sentença.



Segundo declarações de um dos juízes do caso, “que preferiu o anonimato” ao falar para o jornal La Prensa Gráfica, “o tribunal não considerou completamente o laudo pericial como vales de compra-venda de veículos”.



Previa-se que o julgamento duraria três dias e teria a presença de 40 testemunhas. Contudo, não durou nem um dia.  Segundo o jornal, a gangue legalizava seus roubos com documentos de carros fora de circulação.



Os acusados foram acusados de ter dirigido numa propriedade da colônia Escalón, um armazém de veículos de luxo, roubados em diferentes países da América Central. Todos foram acusados de “vigarice grave” e falsificação dos documentos de veículos roubados, que foram legalizados por funcionários da polícia para depois serem vendidos como se fossem veículos legítimos.



Passagens por Cuba



Chávez Abarca passou por Cuba em três ocasiões, em abril e maio de 1997.  Foi ele quem colocou a primeira bomba que estourou nos banheiros da discoteca Aché, do hotel Meliá Cohiba, em 12 de abril de 1997.
Ainda pior, Chávez Abarca contratou Ernesto Cruz León, convenceu-o a realizar missões terroristas no estrangeiro, treinou-o na confecção de artefatos explosivos e orientou-lhe o atentado, no qual morreu o jovem turista Fabio di Celmo.



Filho de um conhecido traficante de armas, “o Barrigudo” se dedicava nos anos 90 ao narcotráfico, bem como à venda de armas e de dinheiro falsificado; em seguida, relacionou-se com Posada Carriles, tornando-se, aos poucos, seu homem de confiança na operação terrorista dirigida e financiada pelo comitê paramilitar da Fundação Nacional Cubano-Americana.



Tudo isso indica que o terrorista agora se apresentará a um juiz para invocar esta última decisão judicial favorável para reclamar sua própria libertação. Por enquanto, as autoridades judiciais salvadorenhas ignoraram completamente sua cumplicidade com Posada Carriles, o terrorista internacional, a quem, durante anos, o país centro-americano deu abrigo.



Fonte: Granma