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Máscara de Yeda (PSDB) cai e CUT-RS denuncia privatização

Durante as eleições de 2006 a governadora do RS, Yeda Crusius (PSDB), disse reinteradas vezes em seu horário eleitoral que não privatizaria o Banrisul. Passados menos de dois anos de seu governo, Yeda aprovou projeto na Assembléia Legislativa do Estado na

Democracia plena pressupõe diálogo


 


Por Celso Woyciechowski*


 


O episódio da votação dos projetos do governo do Estado, que criaram os fundos previdenciários com recursos da venda de ações do Banrisul, é emblemático. Ilustra com riqueza um universo de relações políticas e econômicas nas esferas de poder. Entre fatos e opiniões expostas pela mídia aos corações incautos do pago, o que aparece mais é a posição oficial conservadora. Não é novidade, mas o contraponto à versão predominante pode servir à reflexão de quem busca cidadania.


 


A criação dos fundos previdenciários foi votada em regime de urgência fora do plenário da Assembléia e aprovada sem discussão pública dos projetos, enviados em pleno recesso parlamentar. Isso é grave. Trata-se de patrimônio do RS. Envolve diretamente a sociedade, que ouviu juramento da candidata Yeda prometendo não privatizar nada. Além do desrespeito ao eleitor e à democracia, o caminho encontrado para resolver o rombo no caixa do Estado é a perda de controle sobre a economia. O remédio é amargo e não cura.


 


A venda de ativos do Banrisul simula um efeito ancorado apenas no marketing. Não resolve questões de fundo e cria dificuldades para quem vem depois. Além do mais é provável que os recursos arrecadados entrem na vala comum do déficit do Estado ao invés de irrigar fundos previdenciários. E o que é pior, se o Banrisul operar com a lógica de mercado, quem vai financiar as demandas locais. Esse é o modelo tucano, implacável na produção de mágicas dolorosas à população. CEEE e Corsan são os próximos coelhinhos a saírem da cartola. Chamam isso de choque de gestão. Não importa o nome, o fato é que estas questões estavam em jogo terça-feira 14 de agosto na Assembléia.


 


Sindicalistas lotaram as galerias até que, em dado momento, ocuparam parte das bancadas do Parlamento. A autonomia do movimento sindical, com a responsabilidade de sua representatividade, reagiu diante de fatos demonstrando sua insatisfação. A democracia plena permite. A reação da mesa foi rápida e forte. A votação transferida e um pacote de medidas já entrou em vigor contra a participação popular na casa do povo. Uma eficiência exemplar. O que evidência seu caráter político.


 


Diante do julgamento sumário ficaram algumas questões. Por que ninguém mencionou o tom provocador dos deputados aliados contra os manifestantes. Ou a falta de diálogo do governo, até mesmo com seus aliados. Por que a venda do patrimônio público não causa indignação?


 


* Celso Woyciechowski é Presidente da CUT-RS