Milionários franceses pagam férias de Sarkozy
O jornal francês Le Monde revelou neste fim de semana duas famílias de milionários — os Cromback e os Agostinelli — pagaram o aluguel da luxuosa mansão de Wolfeboro, no nordeste dos EUA, onde a família Sarkozy e alguns amigos passaram 15 dias de
Publicado 20/08/2007 12:56
Por duas semanas o presidente da França aparecia diariamente nas páginas dos jornais, fotografado nas margens do lago Winnepesaukee. A mídia do país especulou fartamente sobre o custo e o financiamento destas férias.
Os jornalistas franceses procuraram obter, sem respostas, explicações da presidência da república. O Le Monde destaca que, enquanto na Alemanha, na Espanha ou no Reino Unido, as despesas de férias do chefe do governo são transparentes, emitidas por meio de comunicados, o porta-voz do Palácio do Eliseu, David Martinon, limitava-se a repetir “Desconhecemos. Além disso, é assunto da vida privada”.
Finalmente, foi o próprio Nicolas Sarkozy quem, na sexta-feira passada, decidiu telefonar para o Le Monde. Ele explicou que a mansão onde esteve “foi alugada por nossos amigos, os Cromback e os Agostinelli, que convidaram a nós e aos nossos filhos'”, teria dito ao jornal, informando também que o valor do aluguel teria ultrapassado a cifra de 44.000 euros por 15 dias.
O Le Monde acrescenta que Agnès Cromback é presidente da famosa joalharia Tiffany-France e que Roberto Agostinelli é um antigo banqueiro que trabalhou para o Banco Lazard, próximo do partido Agrupamento para a República (RPR), criado em 1976 por Jacques Chirac, e que veio a dar origem à União para um Movimento Popular (UMP), do qual Nicolas Sarkozy foi presidente até maio passado.
A mulher do banqueiro, Mathilde Agostinelli, é a chefe de comunicação na França da empresa Prada (estilista-mor de Cécilia Sarkozy, esposa do presidente francês) e, também, cunhada de Pierre-Jérôme Hénin, porta-voz adjunto do Palácio do Eliseu.
Parte da oposição socialista francesa defende que o chefe do Estado não devia aceitar férias pagas por representantes de interesses privados, que podem servir-se disso para se beneficiar nos negócios com o Estado. A questão já tinha surgido quando Nicolas e Cécilia Sarkozy passaram alguns dias no iate do multimilionário Vincent Bolloré, em maio passado.