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Petrobras investirá US$ 112 bi em sua expansão até 2020

A Petrobras, a companhia estatal de petróleo brasileira, gastará mais de US$ 100 bilhões em uma tentativa de se tornar uma das maiores companhias integradas de energia do mundo até 2020.
Ed Crooks, do Financial Times


O executivo-chefe José Sergio Gabrielli de Azevedo espera gastar US$ 112 bilhões ampliando a exploração e produção de petróleo e gás, assim como no desenvolvimento do setor “downstream” (refino, transporte e comercialização) e capacidade petroquímica e de biocombustíveis nos próximos cinco anos.
Para financiar este investimento, a Petrobras usará mais de US$ 140 bilhões de seu caixa livre de dividendos e gerará receita adicional com a produção de mais gás e petróleo de suas próprias reservas comprovadas.



Segundo Gabrielli, a Petrobras investirá US$ 25 bilhões até o final deste ano. “Nós encontramos uma base para o crescimento orgânico”, afirmou Gabrielli. “Nós somos uma das poucas grandes companhias de petróleo do mundo que geram grande parte da receita no mercado doméstico.” A empresa obtém cerca de 85% de sua receita das atividades no Brasil.



A Petrobras, uma empresa controlada pelo Estado com a maioria das ações de propriedade de investidores, tem visto o preço de suas ações aumentar significativamente nos últimos cinco anos, se tornando a sétima maior produtora de petróleo listada pelo mercado de capitalização.



Ela aprendeu a competir com grandes empresas independentes e é uma líder no setor na exploração em águas profundas. A empresa também aumentou suas atividades internacionais em áreas como a Nigéria e o Golfo do México.



Gabrielli disse que a Petrobras prefere explorar novas reservas em vez de adquiri-las comercialmente. A empresa aumentou suas reservas de gás e petróleo nos últimos cinco anos, de 12,1 bilhões de barris de petróleo em 2002 para o equivalente a 15 bilhões de barris de petróleo em 2006. Ela também ainda não utiliza cerca de 45% de suas reservas comprovadas de petróleo e gás.



Perspectivas



Mas Gabrielli reconheceu que grandes gargalos industriais na oferta de equipamento vital para exploração, desenvolvimento e refino impuseram restrições “estressantes” aos prazos de conclusão dos projetos. “As cadeias de suprimentos estão sob tensão. A administração destes projetos complexos será um verdadeiro desafio.”



Gabrielli disse que US$ 10,9 bilhões adicionais foram somados ao novo plano de cinco anos da empresa, em parte devido a estas questões da cadeia de suprimentos. Também há sinais de que os custos podem se estabilizar após dois anos, quando novas tecnologias, novas plataformas e nova produção entrarem em operação.



“Na primeira metade do ano nós contávamos com cerca de 200 mil barris por dia de capacidade adicional, mas não tínhamos uma produção de 200 mil barris adicionais. Os custos cairão à medida que a produção melhorar”, ele disse.



A Petrobras estima os futuros preços do petróleo caindo para US$ 35 o barril, enquanto os custos são calculados com base nos preços atuais do petróleo. A empresa arrecadará US$ 500 milhões adicionais para cada dólar adicional no preço do petróleo acima de US$ 35, disse Gabrielli.



Na semana passada, a empresa informou que o lucro líquido no segundo trimestre caiu 2% na comparação ano a ano, para R$ 6,8 bilhões (US$ 3,4 bi), atingida pelos custos mais altos, preço mais baixo do petróleo no início do ano e valorização da moeda local.