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Falhas no transporte aéreo prejudicam região Amazônica

Na audiência pública que discutiu o “Transporte Aéreo na Amazônia”, esta semana na Comissão da Amazônia em parceria com a Comissão de Turismo, os debatedores presentes foram unânimes em pedir que seja colocado em pauta o Projeto de Lei do Senado que cr

As presidentes das duas Comissões promotoras do evento, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) da Amazônia, e Lídice da Mata (PSB-BA), do Turismo, vão pedir ao presidente da Câmara, Arlindo Chhinaglia, prioridade para a votação do Projeto.



Vanessa Grazziotin disse que o PL está pronto para ser votado em plenário, precisando apenas ser desarquivado. “O presidente da Casa pediu que as Comissões coloquem três Projetos de Lei para serem votados. A Comissão da Amazônia já tem dois escolhidos e o terceiro será este”, informou.



A proposta prevê um adicional tarifário de 1% sobre o preço das passagens aéreas de linhas domésticas regulares, de forma a estimular as rotas regionais.



De acordo com a parlamentar, o transporte aéreo na Amazônia não é apenas destinado a atender o turismo e a classe mais privilegiada, mas também dar “socorro” as populações carentes que sofrem com problemas de saúde. “O transporte aéreo serve também para transportar aquele doente lá de longe que não tem como ir para uma cidade com mais recursos se não for de avião”, coloca.



Problemas diferenciados



O Major Brigadeiro do ar Ramon Borges Cardoso, diretor geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, afirmou que o transporte aéreo na Amazônia enfrenta dificuldades, principalmente porque cada um dos nove estados que a integram apresentam problemas diferenciados. “Esta audiência servirá para mostrar quais são os interesses de cada região para termos capacidade de atender esta demanda”, pontuou.



O superintendente da regional Noroeste da Infraero, Mário Jorge de Oliveira, disse que a superintendência enfrenta dificuldades na região na questão logística operacional, de manutenção e de engenharia. “As dificuldades logísticas são muitas. Até mesmo para fazer reparos nos aeroportos é difícil. Se precisarmos de material de fora, por exemplo, demora muito a chegar e as obras atrasam”, frisou.



Outro ponto externado pelos parlamentares foi a questão do hub. O local de distribuição do tráfego aéreo no país, na visão deles, não está sendo distribuído da forma correta. “É inadmissível ter que sair de Macapá e passar em Brasília para ir aos estados do Norte. Futuramente Brasília vai virar Congonhas”, alertou o deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP).


 


Falta de pessoal



Já o assessor das Secretarias de Segurança de Vôo e Relações Internacionais do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Célio Eugênio de Abreu Júnior, reclamou da falta de pessoal na região para atender este tipo de demanda. “Precisamos formar, capacitar recursos humanos da região para a infraestrutura aeroportuária e de navegação aérea. Tudo o que foi falado na audiência do ponto de vista do piloto não é fácil ser colocado em prática”, disse.



O deputado Márcio Junqueira(DEM-RR) denunciou a cartelização no transporte aéreo no país. Ele citou as empresas aéreas Gol e TAM como “empresas vorazes, tentando tomar o espaço das pequenas, praticando preços absurdos e ainda andando com aviões quebrados”.



A presidente da companhia Paraense de Turismo (Paratur), Ann Pontes, disse que o turismo é uma das alternativas para o desenvolvimento sustentável na Amazônia. A região favorece o turismo de pesca, cultural, gastronômico e principalmente o ecoturismo. Mas o transporte aéreo, meio que favorece a chegada dos turistas a região, deixa muito a desejar.



De Brasília
Diovana Miziara