Computador ´Eco-Lógico´ promove inclusão digital no Ceará

Desenvolvido por dois professores, o projeto já vem sendo adotado por escolas em Fortaleza e no interior do Estado

A Forrester Research, companhia norte-americana de pesquisas, consultoria e dados e mediadora de comunidades em tecnologia, divulgou uma estimativa de que, no próximo ano, o número de computadores pessoais (PCs) em funcionamento no mundo atinja a cifra de um bilhão. Considerando que esta marca será alcançada em pouco mais de 30 anos de existência do invento, é ainda mais surpreendente a previsão que este número dobre para dois bilhões em 2015.


 


Se a ampliação no acesso digital é um avanço a ser comemorado, por outro lado esta explosão de consumo gera um efeito de uso de insumos e de geração de lixo eletrônico que, em pouco tempo, atingirá uma proporção preocupante.


 


Foi pensando em uma solução que unisse a possibilidade minimizar este dilema, garantindo a inclusão digital com qualidade, que os professores Aminadabe Sousa e Flávio Gomes conceberam o projeto do computador ´Eco-Lógico´.


 


Eles utilizam micros antigos, com poucos recursos, fabricados há mais de dez anos, mas capazes de processar informações e realizar funções específicas com a mesma velocidade e desempenho técnico de equipamentos modernos.


 


Para isso, utilizam o recurso de uma rede composta por computadores antigos acoplados a um único micro central, que não precisa ser um servidor robusto. Este processa os dados com a ajuda dos micros antigos, fazendo com que o resultado final seja mostrado na tela dos equipamentos obsoletos na mesma velocidade da máquina central.


 


As instituições piloto do projeto são escolas filantrópicas de Fortaleza e de alguns municípios do interior do Ceará.


 


Os criadores do projeto apontam como vantagem a liberdade de escolha do sistema operacional, pois o foco da inovação está no hardware utilizado. Desta forma, os computadores podem funcionar tanto com softwares livres, como o Linux, quanto com aplicações licenciadas, a exemplo do Windows Vista ou Windows XP.


 


Na avaliação dos dois, o projeto não apenas atingiu seus objetivos de demonstrar a possibilidade de aumentar o número de projetos educacionais com o uso do computador, como também proporcionou o desenvolvimento de novos conceitos da cultura digital na sala de aula e alertou para os problemas ambientais causados pelo lixo tecnológico.


 


Outra vantagem, é que, onde os laboratórios de informática já existem, mas estão desatualizados, o que não é muito difícil de encontrar, é necessária a aquisição de apenas um computador mais recente. Isto gera, segundo eles, uma redução de custos de 95%, no caso de um laboratório com 20 computadores instalados.


 


Além dos pilotos no colégios da Imaculada Conceição e Nossa Senhora Assunção, em Fortaleza; já foram beneficiados os colégios Patronato de Ipu; Patronato de São Benedito; e São José, em Iguatu; incluindo 3.290 alunos na capital e interior do Ceará.


 


Como reconhecimento pelo trabalho desenvolvido, eles foram convidados a compor o Fórum Permanente de Inclusão Digital, recém-criado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Ceará (Secitece).


Assim, estão em contato direto com o empenho do Governo do Estado em replicar o modelo dos Centros de Recondicionamento e Reciclagem (CRC) – pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – já em funcionamento em Porto Alegre e no Gama, em Brasília. O Governo Federal atua na área de inclusão digital por meio de três eixos: escolas públicas, telecentros comunitários e subsídios para compra pela classe C.


 


Mais informações:
Fone: (85) 8803 4439/ E-mail: flavio.suporte@hotmail.com


 


 


Fonte: DN