Fed e BCE dão mostras de que crise ainda não foi controlada
O Federal Reserve (Fed) injetou mais de US$ 17 bilhões no sistema bancário dos Estados Unidos nesta quinta-feira (23) em três operações. O banco central norte-americano introduziu US$ 7 bilhões em cada uma das duas atuações no começo do dia e em seguida o
Publicado 23/08/2007 14:35
No total, o Fed já colocou mais de US$ 120,5 bilhões nos mercados desde o início da crise dos empréstimos imobiliários de risco, em 9 de agosto.
Na mesma linha, o Banco Central Europeu (BCE) ofereceu 40 bilhões de euros em fundos de três meses no mercado interbancário da região para diminuir os custos dos empréstimos nos segmentos mais afetados pelo ajuste global do ambiente de crédito.
Foi a primeira injeção de fundos de três meses que a autoridade monetária faz fora de seu programa mensal regular e ocorre depois da intervenção recorde da instituição nos prazos de um dia e uma semana no interbancário da zona do euro.
Precauções
As intervenções constantes do BCE e do Fed mostram bem que os grandes bancos centrais mundiais não relaxaram sua vigilância, apesar de os mercados financeiros terem dado sinais de recuperação.
As injeções de recursos do Fed, no entanto, ainda não tiveram efeito significativo na restauração da confiança dos investidores no mercado financeiro. Nesse sentido, mais efeito teve a decisão do Fed de cortar sua taxa de redesconto para 5,75% na última sexta-feira (17). A taxa é utilizada pelo Fed para conceder empréstimos de curto prazo a instituições com escassez temporária de liquidez causada por problemas internos ou externos.
Nesta quarta-feira (22), quatro das principais instituições bancárias dos EUA – o Citigroup, o JP Morgan Chase, o Bank of America e o Wachovia – tomaram um empréstimo de US$ 500 milhões cada um utilizando a nova taxa de redesconto.
Os empréstimos com essa taxa são usados para aliviar pressões sobre as reservas de uma instituição bancária e sobre o sistema bancário como um todo, causadas por um grande volume de saques. Quando a taxa é aumentada, os bancos têm que elevar as taxas que cobram para cobrir o aumento do custo do seu empréstimo. Do mesmo modo, quando a taxa de juros é baixada, os bancos têm a possibilidades de cobrar juros mais baixos em seus empréstimos.
A expectativa no mercado financeiro, agora, é que o banco central reduza sua taxa básica, a dos fundos federais – principal taxa da política monetária norte-americana, que afeta os juros cobrados sobre o crédito a empresas e clientes pelos bancos –, atualmente em 5,25% (patamar em que vem sendo mantida desde o ano passado). O Fed, no entanto, descarta a possibilidade de se reunir antes de 18 de setembro, data marcada para a próxima reunião do Fomk (Federal Open Market Committee, o Copom do BC dos EUA).
Da redação, com agências