USP: Ivan, Aldo, Manu e entidades protestam contra ação da PM
O Centro Acadêmico XI de Agosto e professores do Largo São Francisco promovem ato de repúdio à invasão da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) em operação violenta da Tropa de Choque da Polícia Militar, sob ordem do diretor João Gran
Publicado 23/08/2007 18:41
Depois da ocupação pacífica da faculdade por estudantes e movimentos sociais, em atividade da jornada nacional em defesa da educação pública, os manifestantes foram expulsos de forma truculenta pela Tropa de Choque durante a madrugada de quarta-feira. Desde 1968, no regime militar, a PM não entrava na faculdade, que completa 180 anos, para reprimir manifestações.
Participam os deputados Ivan Valente (PSOL), Aldo Rebelo (PCdoB), José Eduardo Cardozo (PT), Manuela D'Ávila (PCdoB) e Paulo Teixeira (PT), além de representantes da Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Adusp (Associação dos Docentes da USP) e Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
Cerca de 30 pessoas foram feridas durante a ação, com escoriações ou luxações. O assentado Fidelcino Marcos dos Santos, 52, disse ter sido uma das vítimas da violência. ''Me arrastaram pela camisa e começaram a me chutar. Pode ver que ainda tem sangue na cadeira'', disse.
Os organizadores da ocupação também voltam ao Largo São Francisco para participar do ato de desagravo. Participam integrantes do MST, Educafro, UNE (União Nacional dos Estudantes) e Conlute, entre outros que assinaram a convocatória da jornada (veja os pontos abaixo).
''Faria novamente''
O diretor da Faculdade de Direito da USP, João Grandino Rodas, disparou um ''faria novamente'', se referindo a ação violenta da PM, em entrevista ao programa Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim. Na interpretação dos movimentos sociais, o diretor da Faculdade de Direito tem medo da presença popular na universidade.
Numa justificativa esfarrapada para a sua atitude, Rodas disse que chamou a Polícia porque ''nem todos os manifestantes eram do movimento estudantil''. A declarção sugeriu que ''o diretor parece ter asco a sem terra, negros, rappers, sem universidades e jovens da periferia de São Paulo'', disse João Alex Carneiro, do Diretório Central dos Estudantes da USP.
Os estudantes da faculdade repudiaram a ação do diretor e protestaram por não poderem entrar na faculdade nesta quarta-feira (22), em função da ordem, expedida por Grandino Rodas, de fechar os portões.
A presidente da UNE, Lúcia Stumpf, reagiu a frase despropositada do diretor e declarou ao Conversa Fiada que ''o uso da violência veio do governador José Serra, já que a ocupação pacífica havia sido previamente acordada com o diretor''. Ela também frisou que ''a atitude de Serra só reforça a convocatória mais protestos e diz que a violência da PM não itimidará os estudantes''.
Da redação com informações do Estudantenet
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