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Jô Moraes quer afastar do Brasil consequências da crise econômica mundial

A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) manifestou a preocupação do Brasil com a turbulência da economia internacional, em discurso, esta semana, na Câmara dos Deputados. E aconselhou ao Comitê de Política Monetária (COPOM) manter o nível de queda cada vez mai


“Se essa crise levar à recessão, ou a um crescimento, cada vez maior, do déficit interno dos Estados Unidos, virá uma repercussão”, acredita a deputada, lembrando que “é para o mercado americano que acorrem as economias de diferentes países”, acrescentando que “nesta situação, vai ser preciso que a equipe econômica do Governo Lula possa, cada vez mais, discutir a possibilidade do controle do fluxo de capitais de curto prazo”.
 


“É necessário, como acontece em outros países, como o Chile, a Argentina e diversas outras nações, fazer um controle dos capitais de curto prazo porque isso passa a ser uma medida de soberania, de defesa da nossa economia brasileira”, aconselhou Jô Moraes.



Para ela, “vivemos em um mundo globalizado, a economia do Brasil não é uma economia isolada, solitária. Sem dúvida nenhuma, recebemos o impacto desta crise que está no mundo”, afirmou.



Necessidade de crescer



Ela enfatizou a necessidade de um crescimento econômico cada vez mais acelerado no País. “É uma necessidade que pode responder ao enfrentamento das desigualdades sociais, à inclusão dos trabalhadores e das trabalhadoras no processo de desenvolvimento do País”.



E disse ainda que “com o Governo Lula, nós conseguimos um grau de estabilidade econômica, de um nível de reservas, que em certa medida diminui o impacto negativo da atual turbulência internacional”.



Jô falou sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como um conjunto de medidas e obras que vão promover o desenvolvimento do País. Mas alertou que “não é possível crescer sem distribuir renda, não é possível crescer sem a valorização do trabalho, porque a estabilidade social do nosso País, a redução da criminalidade, a elevação dos valores morais e éticos do nosso País, sem dúvida nenhuma, estão na exata medida para que possamos superar as desigualdades sociais”.



Apoio do governo: a quem?



A deputada comunista também falou sobre as queixas e reclamações do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas, em Minas Gerais, com o pacote de apoio ao setor automotivo, que será apresentando em um mês, pelo Governo Lula. O pacote garantirá linhas de financiamento destinadas a impulsionar a produção e o desenvolvimento de novos produtos, entre outras iniciativas.



O presidente do Sindicato, Marcelino da Rocha, em carta à deputada, diz que o setor vem operando praticamente a plena capacidade e pretende elevar a produção para 5,5 milhões de veículos até 2011.



Ele alega que a ajuda anunciada pelo governo federal ocorre ao mesmo tempo em que as montadoras de automóveis acumulam recordes sucessivos de produção e vendas. Marcelino disse que o Banco Central informou que as indústrias estrangeiras que atuam no país aumentaram em 65,8% o valor de lucros e dividendos remetidos ao exterior de janeiro a maio deste ano. Os setores siderúrgico e automobilístico – juntos, foram responsáveis por quase um terço (27%) destas remessas, ou US$1,46 bilhão.



Para o sindicalista, esses recursos deveriam permaneceu aqui, para serem reinvestidos e, assim, evitar que o governo brasileiro tenha que dispor de recursos tão necessários a outros setores.



Segundo ele ainda, “o mais grave ainda é que, a julgar pelas informações veiculadas até agora, nenhuma contrapartida será exigida das montadoras de automóveis”, acrescentando que o ministro da Indústria deveria ouvir também os metalúrgicos, que possuem demandas trabalhistas como o fim do fator previdenciário; Previdência pública para todos, com ampliação de direitos; ratificação da Convenção 158 da OIT; direito irrestrito de greve e a manutenção do veto do presidente Lula à Emenda 3.



De Brasília
Márcia Xavier